A Última Dança | Fred Weasley (Livro 3)

Novas tradições

Tudo estava indo perfeitamente bem até Fred ser soterrado por uma avalanche de neve.

"Fred!" Olívia gritou, correndo ao seu encontro.

"É, não se preocupe comigo, tenho tudo perfeitamente sob controle", disse Jorge por entre os dentes. Ele estava do lado oposto, a varinha apontada para o enorme pinheiro que levitava, com uma expressão concentrada.

Uma mão finalmente surgiu da pilha de neve fofa, e Olívia a puxou até que Fred saísse por inteiro, batendo as roupas.

"J-Jorge, s-seu idiota..." ele fez, tremendo o corpo inteiro.

"Ei!" Jorge protestou, aparecendo a seu lado. O pinheiro que eles haviam cortado agora se encontrava seguro na mão dele, em um décimo de seu tamanho original. "Eu tinha falado para você se afastar..."

"Ah, vamos voltando", interrompeu Olívia, antes que os dois começassem uma discussão. Após meses morando com os gêmeos, ela já havia aprendido a identificar quando as discussões deles eram apenas brincadeiras inofensivas e quando eram prenúncios de desentendimentos reais. "Antes que Fred pegue um resfriado."

Apesar de ainda parecerem levemente rabugentos, os irmãos pegaram no braço de Olívia, e os três aparataram dali. Reapareceram no topo de uma colina e caminharam lentamente até a entrada da casa, tomando cuidado para não escorregarem no gelo.

A Toca estava lindamente enfeitada para o Natal, com luzes piscantes em toda a superfície do seu telhado, e guirlandas e azevinhos pendurados nas portas e nos parapeitos das janelas. Olívia já havia ficado fascinada pela residência dos Weasleys na primeira vez que a visitara, alguns dias atrás (não contava o casamento de Gui e Fleur, pois não entrara na casa em si), mas se encontrou ainda mais admirada quando a Sra. Weasley finalmente pendurou as decorações natalinas. Apesar do espaço apertado e dos acabamentos simples, o lugar era estranhamente reconfortante. Ela percebeu, eventualmente, que era porque a lembrava de Hogwarts.

Eles bateram as botas na entrada, para tirar um pouco do excesso de neve, e adentraram o cômodo quente.

"Finalmente!" Carlinhos os cumprimentou assim que entraram pela porta da frente. Ele se levantou do sofá — o mesmo lugar onde estivera quando eles haviam saído, alguns minutos antes, mas agora tinha o rosto mais avermelhado. "Já estávamos achando que tivessem sido capturados."

"Bom, buscar uma árvore de Natal fica um pouco mais difícil quando já se tomou meio litro da gemada do papai..." Fred disse, correndo em direção à lareira e fazendo uma cara de alívio ao aquecer-se ao fogo.

Jorge se adiantou e colocou a miniatura do pinheiro que carregava em um canto vazio próximo. "Engorgio", ele murmurou, e a árvore cresceu até encostar no teto. "Aí! Agora sim."

"Agora só precisamos decorar."

"Cadê a mamãe e o papai?" Fred perguntou, o rosto novamente com um pouco de cor. Olívia foi até ele e segurou suas mãos em uma tentativa fraca de esquentá-las.

"Mamãe já foi para cama", Carlinhos respondeu. "Ela já estava errando todas as letras da Celestina Warbeck. E o papai está ali", ele apontou para a poltrona do outro lado da sala, onde o Sr. Weasley se encontrava, a boca aberta já roncando.

Fred riu. "O jantar de celebração da sua chegada já foi para o saco, então?"

Carlinhos se espreguiçou, bocejando. "Bom", ele fez. "Eu acho que também já vou me deitar. Venham cedo amanhã... precisamos enfeitar a árvore antes da Gina chegar."

"Sim, senhor", respondeu Jorge, e o irmão se despediu com um último aceno e subiu as escadas para os quartos. "Vamos, antes que eu durma também. Parece que alguém colocou algum feitiço de sono nessa casa..."