Capítulo 4

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Aemond parecia e se sentia como um zumbi. Sem emoção. Vazio. Ele não estava dormindo, não tinha vontade de comer ou fazer qualquer coisa. Era a última semana do verão antes do retorno das aulas e de Helaena começar seu último ano e Aemond seu penúltimo ano.

Com o pai deles ainda no hospital, a mãe deles dividia seu tempo entre a Targaryen Company e o hospital. Ela parecia exausta, mas ainda assim tentava ao máximo conciliar tudo e ser uma mãe presente.

Normalmente os dois já estavam trancados em seus quartos quando ela chegava. No entanto, nenhum deles estava dormindo. Ela achava que o mau humor dos filhos estava relacionado à condição do pai. Não era como se eles não estivessem preocupados com o pai. Eles estavam. Mas eles nunca foram muito próximos do pai de qualquer maneira, ele sempre estava muito ocupado sendo o presidente da empresa e mal ficava em casa. Nada realmente havia mudado em suas rotinas.

Helaena estava triste e magoada com as palavras que Aemond dirigiu a ela na última noite em que estiveram juntos. As coisas que ele falou sobre ela. Sobre eles. Aquilo a deixava acordada à noite. Ela se revirava na cama, sob as cobertas, com seus pensamentos oscilando entre  seus toques suaves e seus beijos, e suas palavras duras.

Ela sabia o que ele queria dizer e por que ele se sentia daquela forma, mas ela não conseguia entender por que ele se sentia assim quando ela claramente queria o mesmo que ele. Ambos ansiavam um pelo outro, desejavam um ao outro. A tensão entre eles era palpável. Ela sabia que eles estavam destinados um ao outro. Era inevitável. Eles tinham uma conexão que os puxava um para o outro, era incontrolável. O sangue do dragão, que ambos compartilhavam, queimava sob suas peles sempre que estavam juntos. Não havia como fugir daquilo. Ela sabia disso. E no fundo ele também sabia. Só que ele não queria aceitar.

Não era convencional. E era visto como pecado em algumas crenças. Ela sabia de tudo isso. Mas nada disso importava. O que ela sentia quando estava com Aemond valia qualquer coisa. Como algo podia parecer tão bom e tão certo, mas ser tão errado? Ela não sabia. Mas ela estava disposta a enfrentar e lutar contra tudo para se sentir assim novamente.

Ela não o pressionou ou se aproximou dele durante a semana. Ela ficou magoada, mas simpatizava com ele. Ela sabia o que ele estava passando. Ela só precisava mostrar a ele que não valia a pena lutar contra isso. Eles não podiam evitar como se sentiam, e não deveriam apenas por causa do que o mundo supõe ser a coisa certa a fazer.

A maior certeza que ela já sentiu em toda sua vida foi quando ela estava com ele. Em seus braços. Perto dele. Tocando nele. Sentindo ele. E ela sabia que ele sentia o mesmo, ele estava apenas lutando contra isso. Mas ela precisava dar um jeito de fazê-lo parar de lutar. De fazê-lo ceder.

Ela precisava de um plano. E a oportunidade perfeita apareceria na frente dela.

***

Ela estava sentada na beira da piscina, com as pernas mergulhadas na água. O sol ainda brilhava forte, recusando-se a ir embora enquanto o verão ia chegando ao fim. Ela passava pela tela do seu celular, assistindo stories, despreocupadamente, até que um deles chamou sua atenção.

Era de um de seus colegas de classe que participou do programa de verão com Aemond. Ele estava se gabando com outros amigos (que também estavam no programa de verão) sobre uma festa que iriam mais tarde, naquela noite. A festa era de um universitário e aparentemente eles faziam parte da organização (ou assim diziam), então ele estava falando que poderia colocar nomes na lista, mas era muito restrita.

Um pensamento passou pela cabeça de Helaena. Era uma péssima ideia e ela teria que fazer coisas das quais não se orgulharia, mas ela estava desesperada. E situações desesperadas exigem medidas desesperadas.

Trouble I'm In - Helaemond Universo Moderno (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora