Capitulo 1 - Pão de Batata Doce

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"Quando dizem que você conquista as pessoas pelo estômago, saiba, é uma grande verdade.."

Sempre aprendi a me virar, trabalhar com o que fosse nunca foi problema , aquele velho ditado feio é roubar ou matar, gostar de cozinhar e ver tudo isso como uma terapia me trouxe vantagens anos mais tarde, ter a curiosidade de ir atrás e me desenvolver quando as coisas apertavam sempre foi uma válvula de escape, fora isso, o que esse pão de batata doce me fez ter alguns fãs não está no livro dos discos.

Nem tudo são números. Quantidade nunca foi de qualidade. Cultivo experiências me deixando levar pelos sentimentos quando se faz preciso. Colocando a razão mesmo entendendo que ser verdadeiro as vezes machuca.
Na nossa primeira história dei o nome de pão de batata doce com um personagem que costumava aparecer quando tinha pão.

Dos Fatos

Era um início de tarde lindo em Porto Alegre. Daqueles dias pós tempestade que a natureza entende que já basta de nuvens carregadas, angustia e frio.

No sol um aquecer a alma abraçando o coração de quem sente falta de uma aventura. Na sombra o gélido observar pela janela, pessoas que passam pela rua, os carros parados no transito, a vida em constante movimento e pausa. Quando finalmente você bota o pé no freio e começa a busca o sentido das coisas. Onde é mais vantajoso estar?

 No calor de boas sensações e alguns corpos ou o inverno de ver as folhas cairem dentro das lembranças como uma saudade aprendida. Por que precisamos decidir um lado? Estar sobre julgamento interno e não viver o agora a breve ideia de que ajudaremos o agora passar. 

Matinal verde da manhã com café preto. Me senti leve para deixar o agora realmente presente e ansioso por cada minuto. Sentado na beira da cama pegando sol, chapando a ansiedade pra entrar em cena. Dosando o ser produtivo com o procrastinador, aquele erro de cálculo que se você não pesa na balança exige o campeonato. Como sempre saindo de casa atrasado, na rotina muitas coisas a serem feitas e poucas de fato executadas. 

Aqueles cachos tremulavam ao vento sentados na parada do T1, em plena Ipiranga me chamaram tanto a atenção que quando nossos olhos se cruzaram não pude fugir do encontro, um sorriso breve que veio e uma simples resposta de uma voz doce, firme e com brilho " mas que lindo dia"

Sim moça, é um lindo dia.

Pensei em responder mas meus olhos não tiraram o foco dos olhos dela e vice-versa. 

Passou o T1 e continuamos parados ali, nos aproximamos e começamos a conversar, parece doido, mas aquele encontro aconteceu do nada, ela carregava apenas uma mochila e um caderno de mão o que parecia ser uma agenda, eu tinha minha mala de viagem com tudo que passava mais tempo na rua do que em casa, também tinha uma sacola com pães de batata doce, vendi muitos aquele dia e os últimos pacotes levaria para casa.

Seu nome era Mônica, fazia faculdade de Moda, adorava escrever sobre tudo e sentia falta de ter alguém que pudesse ouvir de fato. 

A convidei para um café após longos minutos de conversa e em contraproposta, Mônica me ofereceu um chá em sua casa deixando clara a sua intenção. Muitas vezes não saio da minha rotina e aquele dia me permiti sair do estado metódico e intransponível. Me deixou levar. Passando uma das tardes mais 
incríveis. 

Ela realmente fez um chá, comemos os pães de batata doce e quando me ofereceu mais uma  xicara sentou no meu colo e de fato subiu a temperatura.

A arte fala com o corpo e o prazer se debruça nos sentidos, conduzimos uma dança ao som de gemidos naquele apartamento, induzimos o calor do sol de fora para dentro, de quatro ela dizia que queria aquela sintonia pra sempre, tínhamos fome de tudo, era muita energia. Nossos corpos pingavam na cama, na cozinha, no sofá. Aquelas horas pareciam uma eternidade um encontro que parecia já ter acontecido a muito tempo. O seu gosto era doce e trazia uma calmaria que jamais havia sentido. Arranhava minhas costas como uma felina, me mordia e me chupava como quem quisesse devorar parte de mim. Retribui toda vontade e fome, colocando meu cardio em dia. 

Trocávamos olhares como quem possui aquilo pra sempre. Todas as vezes que sentia seu gosto na minha boca, te olhava com ódio e prazer, voltava a chupar aquela buceta como quem estava em um banquete, fazendo-a dançar como uma bailarina na ponta da minha língua, seu quadril criava vida e quando retomava a realidade  queria leva- la de volta a um sonho, eu não tinha pressa nenhuma, fazia questão de tortura-la com prazer, o jogo psicológico sempre foi minha principal arma e quando parecia que me entregaria saia de cena e a olhava nua na cama. Sabia que todos que ali já estiveram queriam o prêmio rápido e ir embora. Coitada, quando disse que minha calma iria irritá-la não me levou a serio. Eu não queria surpreende-la com o tamanho do meu pau e sim por tudo que sabia fazer não só com ele, mas toda minha essência. Sexo era algo sagrado e como um bom anjo caído, queria sintonia, e te levar comigo em todos pecados que podíamos cometer juntos, te dar o queria era entregar a um jogo muito fácil. O fácil não deixa nada gostoso. Não deixa lembranças, não mexe com nossa cabeça. E se tudo isso nunca mais acontecesse queria saber que fiz alguém nunca esquecer  de mim. Ela não era gostosa apenas pelo que via e sim, por todo conjunto da obra. 

Volta e meia ela aparece perguntando se ainda tem pão e se pode levar o chá, lembro do seu gosto de Camomila, e o poder de capturar minha fúria, nem tudo era prazer e muitas das vezes precisamos daquela paz como se fosse sempre o primeiro encontro .

Pingos de Intensidade 🔞  MALICIOSO E DEBOCHADOWhere stories live. Discover now