Capitulo 9: Ameixa Negra

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Com sutileza, beleza e um olhar de desconfiança, era assim que conheciamos o mundo um do outro. Desde a frase: " A zona sul é muito longe", que deixou na minha parede como uma breve desculpa para não vir me ver. O que na prática não se cumpria. Estava sempre aqui, uma carta singela de natal e o creme de ameixa negra que me deu de presente.
Cada encontro um treino, uma massagem, uma panqueca de banana e uma provocação diferente. Mas depois de um tempo nos perdemos de nós, tendo a dúvida e a insegurança cada vez mais próximas de nos afastar.

Palavras que não foram ditas e momentos que não se viveram por completo. Deixando todas as coisas em mensagens subliminares com troca de olhares que poderiam ter sido muito mais intensos do que qualquer sentimento.

A mensagem no meu Whatsapp:

- To indo ai!

Depois me mandava a localização onde podia acompanhar cada passo da sua direçao perigosa até chegar na minha casa. Uma piloto de fulga, rápida, estressada e muito sexy no volante.

Concentrada. Sempre olhando para a frente e pronta. Xingava os motoristas, reclamava do trânsito e mandava quem fosse a merda. A vibração daquele olhar me trazia dúvidas, qual dos seus labios eram os mais gostosos de se beijar.

Quando começa a massagem sentia o corpo quente e mente longe, ambos muito próximos de chegar ao objetivo, mas sempre por alguma razão, ainda não era o momento. Sabiamos que depois que avançassemos aquele sinal vermelho, poderiamos ter um na vida do outro por muito tempo ou apenas naquele instante.
E será mesmo que aquele interesse, o cuidado e a companhia perderiam graça depois que um de nós gozasse?

Ou aquilo se tornaria o inicio da nossa loucura?

Todos os dias de manhã.
Aquele bendito creme em cima da minha pia do banheiro. Acordava. Tomava meu banho. E sentia o cheiro ali, mesmo sabendo que o presente era pra mim. Era uma lembrança tão sua.

A nossa provocação sempre acontecia antes ou depois de um treino. A endorfina e a adrenalina, se juntavam a dopamina que produziamos só por estar perto um do outro. Um prazer imediato que pra gente não era.

O ameixa negra, saia do frasco direto para sua pele, o corpo quente e uma mistura de perfumes enquanto massageava suas costas. E sem pressa alguma tirava sua roupa, te deixava nua ou quase, queria ter o controle de tudo mesmo sabendo que não tinha, avançava o sinal de acordo com os seus sinais e parecia que gostavamos mais da sedução e do flerte, do que realmente chegar ao fim.

A gente se entendia de alguma maneira. Várias vezes não trocavamos palavra alguma, cada um em seu celular. Mas bem. Só de um estar com o outro.
Em outras oportunidades faziamos coisas de como se fossemos um casal,mas não eramos. Uma amizade onde viajamos, nos beijamos e desejavamos um ao outro e sempre a curiosidade sobre uma próxima vez. O que aconteceria agora?

Ambos querendo a entrega, mas ninguém queria dar o braço a torcer. Não aceitavamos perder, muito menos nos deixar vulneráveis.

O perigo parecia a melhor parte. Mas se envolver de fato, era.
Um sendo ponto fraco e perigoso para o outro. A bendita viagem, a maldita festa, os beijos e a curiosidade. Fica a pergunta
" Do que podiamos ter sido?."

Pingos de Intensidade 🔞  MALICIOSO E DEBOCHADOWhere stories live. Discover now