Missão tipo C

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Lyana on

Meu deus, que merda eu fiz?! Por que eu fui dizer àquelas coisas ao Simon? Eu me sentia tão idiota.. felizmente — ou não — ainda não dava pra morrer de arrependimento.

A visita de Konig melhorou um pouco do meu humor. Ele meio que me forçou a jantar e conversamos durante um bom tempo mas eu ainda estava pensativa sobre o que tinha acontecido.

Como as coisas ficariam agora? E se ele contasse tudo ao Konig? Minha mente não parava de trabalhar e isso estava me deixando louca.

Por bem ou por mal, Marryen parecia sofrer com insônia, então tinham alguns remédios ali que provavelmente me ajudariam com esse problema. Tomei logo quatro comprimidos de uma vez, escovei os dentes e fui pra cama. Por um momento duvidei da capacidade efetiva do medicamento mas bastou apenas vinte minutos para que eu começasse a sentir a minha cara derretendo de sono.

Dormi que nem uma pedra e só acordei horas mais tarde com aquele maldito som do despertador. Me levantei quase me arrastando e fui fazer minha higiene bucal. Nem lavar o rosto serviu pra me ajudar a despertar, eu ainda estava morta de sono.

— Oxi? Que porra é essa? — Só depois de sair do banheiro que notei um cupcake em cima da minha mesa.

Era absolutamente estranho.

Me aproximei. Não tinha bilhete, não tinha nada, só o bendito cupcake. Cocei os olhos e belisquei as bochechas, talvez fosse um sonho, mas...

— De onde veio esse negócio? — Pisquei algumas vezes, o doce ainda estava lá. Era estranho e um pouco bizarro.

Após pensar um pouquinho, conclui que talvez fosse Konig que trouxe na noite passada e eu não percebi. Dei de ombros e mandei ver no bolinho, nada melhor que um docinho pra tentar animar.

Já devidamente uniformizada sai do quarto, quase que me arrastando pelos corredores.

" — Porra, a garota roubou o remédio de dormir dos cavalos? "

Quando cheguei no refeitório já fui logo me sentando e jogando o corpo em cima da mesa, assustando Davis e Bob que até então estavam conversando com animação suficiente para sequer notarem minha aproximação.

— Parece que um caminhão te atropelou. — O ruivo bebericou de sua caneca de café.

— E eu sinto que foi bem isso mesmo... — Bocejei com a voz mansa. — Bob, você não quer ir pegar um pouco de comida pra mim não?

— Não. — E em seguida ele se levantou e foi fazer o prato, voltando e entregando para ela. — Toma.

— Ué?

Antes de começar a tentar entender o que se passava na cabeça dele, desisti, afinal de contas era Bob.

Nós tomamos nosso café e conversamos um pouco, eles continuaram insistindo naquele assunto do porquê eu ter ficado tão cabisbaixa após perder a simulação e eu só fui tentando contornar a conversa, ainda não sentia que estava na hora de contar sobre Konig ou Ghost para eles.

Narrador on

Sem que Lyana percebesse, um certo par de olhos azuis a observava de longe. Quieto e encostado na parede, aguardando até que seus amigos saíssem de perto, algo que não demorou. Eram 08:40, horário em que Bob e Davis normalmente faziam seus exercícios com Konig.

Ghost aguardou até que saíssem, ele foi até a cantina e pegou um copo e colocou café, pensando um pouco sobre o que fazer.

" — Cara... Sinto que vou me arrepender profundamente... "

O amor transcende a realidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora