Dia de Luto

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Estamos chegando na reta final dessa história e eu estou ansiosissima para a reviravolta!
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             No carro de Luís, pai de Leon, um silêncio mórbido reinava ali, mas não era exatamente desconfortável para os dois ruivos. Leon segurava um buquê de lírios para dar a mãe, ela adorava aquelas flores. Aquele era um dia de luto, um dia em que as emoções positivas estavam para baixo.

  Era o dia da morte da sua mãe

           Normalmente, Leon estaria no banco de trás segurando a mão de uma certa pessoa, mas agora ele estava no banco de trás.....sozinho. Seu pai e seu padrasto estavam nos bancos da frente enquanto ele ouvia Beatles no banco de trás.

Julia

         A música não era para sua mãe, Leon sabia disso, mas achou que era a que mais combinava com a situação. Mas John Lennon havia escrito para sua mãe em um momento de saudade, era isso que ele estava sentindo, ele sentia muita falta da sua mãe. Talvez ele também devesse escrever uma música para sua mãe, afinal, ela merecia uma música só dela também.

Franz:Sua voz é linda, Leon. Eu amo escutar a sua voz.

               Um sorriso mínimo brotou em seu rosto. Franz sempre parecia encantado quando ele começava a cantar, sempre sorrindo quando, mesmo quando ele cantava as mesmas músicas, ele sempre estava ouvindo como se fosse a primeira vez.

  Me dê um pouco da sua força hoje, gatinho.-ele pensou.-Porque eu preciso muito disso agora.

             A mão foi em direção a aliança de noivado e a mexeu nervoso enquanto a música ia chegando ao final. Não seria um dia fácil, mas Leon iria ficar firme.
              Quando eles pararam na frente do cemitério, Leon soltou o ar que nem sabia que estava prendendo e desceu do carro. Seu pai colocou uma mão em seu ombro, mas ele não sabia se aquilo era para lhe encorajar ou para o próprio Luís ter forças. Eles entraram no lugar com respeito e andaram até a lápide da sua mãe.

Kátia Alcantra Oliveira

1978-2007

"Uma maravilhosa esposa e uma excelente mãe"

           O silêncio reinava entre os presentes diante daquele túmulo, então Leon se viu na responsabilidade de quebra-lo.

Leon:Oi mãe.-disse com a voz suave, um disfarce.-Eu ainda morro de saudade, sabia? Sinto falta de quando a senhora fazia doces pra mim, principalmente panquecas pela manhã. Sinto falta de quando a gente dançava na sala, também sinto falta quando vc cantava beatles pra mim.-respirou fundo.-Sabia que eu canto até hoje? Parece que peguei seus gostos musicais.-soltou uma risada.-Eu queria ter vivido mais tempo com vc, ter aproveitado mais, sabe? Eu espero ter sido um filho legal enquanto vc esteve por aqui.-segurou a aliança.-Mas agora vc tem uma companhia incrível com vc, seu genro. Ele é marrento e pavio curto, mas é uma pessoa amável também. Eu até fui pedido em namoro esses dias, mas meu coracak ainda nao achou um novo amor pra superar o Franz e eu não acho justo prender alguem a uma relação que não dará certo, não passará de ser algo superficial. Talvez um dia eu ame alguém de novo, mas ainda não sinto isso. Amor é algo complicado, ne mãe?-sorriu.-Tenho certeza que onde vcs estiverem, vão zelar pelo meu bem. Vcs vão ser minhas estrelas mas minhas noites sombrias. Eu te amo, mãe. Eu demais. Obrigada por ter sido a melhor mãe do mundo pra mim.
Luís:Vc tem uma força incrível, meu filho.
Rodrigo:Os dois têm.-sorriu gentil.
Leon:Isso é pra vc, mãe.

Poemas Para Um AnjoWhere stories live. Discover now