052

781 30 1
                                    

Sina.

Eu juro que pensei em sair como estava no quintal e me jogar na neve, de cabeça. Aquilo pareceu ser a única coisa capaz de fazer meu corpo esfriar, de mandar aquela vontade, aquele desejo insano, embora. Mas era tarde demais para colocar aquele plano em prática.

Eu já tinha subido para o meu quarto, e se descesse agora, se passasse perto dele, eu cairia. Cairia profundamente, sem chance alguma de levantar.
Aquele dia era prova viva disso. Funcionar tão bem ao lado de Noah me fazia pensar que, talvez, se ele tivesse outra chance, se eu fosse capaz de dar outra chance, as coisas dariam certo.
Enfiei as mãos na raiz do cabelo e puxei, duvidando da minha sanidade enquanto andava de um lado para o outro dentro do meu quarto. A única solução me pareceu um banho gelado.
Sem pensar demais, arranquei a roupa, me enfiei no chuveiro e segurando a respiração para não gritar na hora do choque térmico, ativei a alavanca, liberando a queda d'água.

Eu realmente quase gritei, mas não por causa do frio. A culpa era daquela porra de vontade desgraçada que não ia embora. Eu ainda queria descer. Ainda queria ser devorada por ele.
Como eu conseguiria fugir? Resistir?
Não tinha ideia. Nada parecia capaz de ajudar. Continuei embaixo da água, sentindo o efeito na minha pele, não conseguindo deixar de imaginar qual seria o efeito de Noah pelo meu corpo, do tanto que foi intenso da última vez.

De como pareci estar no paraíso cinco minutos atrás, beijando sua boca, desbravando seu corpo, matando uma vontade que eu já sabia que nunca passaria.

Eu sempre ia querer Noah, sempre precisaria dele.

E tinha cometido o erro de experimentá-lo… Será que, algum dia, alguém sobre aquela Terra, seria capaz de me dar algo parecido ou melhor do que ele havia dado? Eu duvidava muito. Duvidava com a minha alma. Foi então que meu corpo queimou. Aquela sensação incômoda, mas muito conhecida, de quando ele me observava.

Achei que estivesse alucinando, porém, ao abrir os olhos, comprovei que não.
Soube, naquele instante, que não importava quanto tempo passasse, quantas vidas eu vivesse, quantas pessoas eu conhecesse, ninguém nunca chegaria aos pés de Noah.

Deus sabe que tentei ser forte, que tentei fugir, que tentei negar, mas quando ele adentrou no chuveiro junto de mim, sem roupas, não havia o que fazer.

Noah era como um oásis no deserto, e eu era alguém perdido, desesperado por uma gota d'água. Suas mãos vieram sobre meu corpo. Primeiro tocou minha cintura, então o quadril, e de repente, ele me ergueu enquanto me empurrava contra a parede. Me apoiei em seus ombros e o abracei com as pernas também. Suas mãos desceram e me sustentaram pela bunda. O choque da parede gelada contra minhas costas só me fez me apertar mais ainda contra ele. A sensação de seu corpo quente contra o meu me dominou. O contraste de tudo era uma bagunça, mas quando sua boca se encaixou na minha, eu me entreguei.

Não havia mais tempo para esperar, e nisso, nós pensávamos igual. Quando ele me encaixou contra seu pau, soltei o quadril e o recebi de uma vez. Noah me invadiu, deslizando devagar, quente, intenso, mortalmente bom. Ele xingou contra minha boca, eu o imitei. Mesmo molhada em um nível fisicamente duvidoso, seu tamanho ainda incomodava.

Meu peito tremeu quando suspirei, tentando conter o choque do primeiro entra e sai lento. Tentei afastar o rosto do dele, mas fui punida com seus dentes mordiscando meus lábios.
Noah soprou contra minha boca entreaberta, roçando os lábios nos meus.

— Relaxa para mim, Red. — A voz baixa, meio rouca, arrepiou cada pedaço do meu corpo que ainda estava a salvo. Meu ventre pulsou contra a investida dele, saboreando o entra e sai lento, curto, que me preenchia por inteiro a ponto de doer. — Caralho — ele rosnou —, eu mandei você relaxar essa bocetinha apertada.

Bad Urrea | NoartWhere stories live. Discover now