14. Isadora de Castilho parte 2

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~-~Especial~-~

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~-~Especial~-~

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No dia do aniversário de Isadora, quando completava seus treze anos, ela se encontrava na margem do rio que cruzava a aldeia indígena. Mais um ano se passara desde sua chegada ali, no entanto, mesmo com o passar do tempo, ainda sentia-se como uma estranha em terra estrangeira, se ajustando com a língua, as tradições e aos costumes da comunidade.

Apesar do dia significativo, não havia comemoração. Seus pais eram simpáticos e amigáveis, mas mesmo assim sentia falta dos eventos festivos que faziam em casa. O único plano para seu dia era uma visita ao rio - um lugar onde ela encontrava paz e podia refletir.

O rio era uma parte importante da vida dos habitantes. Era onde eles buscavam água, pescavam e se banhavam. A corrente forte era desafiadora e Isadora tinha conseguido lidar com ela. Mas não por muito tempo. Como uma presa que foi surpreendida pelo caçador, ela entrou em pânico quando sentiu um forte empurrão em suas costas. Seu coração disparou, e em uma fração de segundo, a terra sólida sob seus pés desapareceu.

As águas frias e revoltas engoliram-na, tirando-lhe o fôlego. Ela tentou lutar contra a correnteza, seus braços e pernas se debatendo freneticamente em uma tentativa desesperada de encontrar a superfície. Mas era em vão, a menina não sabia nadar. A água enchia seus pulmões, a escuridão invadia sua visão, e ela estava se afogando.

Justamente quando suas forças começaram a falhar, algo forte e seguro a agarrou, interrompendo seu afundamento constante. E de repente, a luz do dia invadiu sua visão. Finalmente, ao alcançar a margem, a figura se tornou clara. Era o filho de Ahote, cuja destreza provou ser a diferença entre a vida e a morte. Ele a puxou para fora do alcance do rio traiçoeiro, as águas agitadas se acalmando atrás deles, como se o próprio rio reconhecesse a derrota.

— Você está bem? — Perguntou o jovem Kaimbe, que havia ficado um pouco mais alto desde a primeira vez que o viu.

Isadora concordou, ainda tentando recuperar o fôlego. O garoto, então, se voltou para um grupo de jovens que se aproximavam, carregando medo e culpa dos rostos, como se não esperassem que as coisas saíssem do controle daquela forma.

Entre eles, o semblante travesso de Iaraú se destacou. Seu crescimento foi caracterizado por suas atitudes impulsivas e despreocupadas. E aquele incidente não era surpresa para Kaimbe que conhecia bem sua natureza notória.

— O que pensavam que estavam fazendo? Quase mataram ela! — Ele balançou os braços. — Iaraú! Eu poderia contar para nossa mãe.

Kaimbe encarou-os severo, esperando uma resposta.

— Foi só uma brincadeira, irmão. Ela precisa se acostumar se quiser ficar aqui.

Kaimbe se levantou, encarando-o de frente. — Você ficou maluco? Colocaram a vida dela em risco.

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