28. Submerso em Duas Almas

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A brisa do vento bateu suave em um pequeno barco de madeira

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A brisa do vento bateu suave em um pequeno barco de madeira. O céu, um véu dourado com feixes de luzes sobre as ondas. A figura embarcada olhou para baixo e suas roupas estavam secas. Confuso, buscou ao redor, tentando entender onde estava.

— Arthur?

Ele virou-se, e em suas costas viu Sr. Antônio, em uma postura relaxada e serena remando.

— Vô?

— Está tudo bem, filho?

— Eu... Eu não...

— Não? Achei que estivesse animado com nosso passeio...

— ... Eu não estou entendendo. — Ele tocou na borda do barco — O que é isso? Não era para eu estar...

— Não era para você ter estado em muitos lugares, Arthur. Mas você está aqui agora, e isso é o que importa.

O jovem marinheiro balançou a cabeça freneticamente, — Não, não. Eu estava em outro lugar agora mesmo!

— Eu sei. — Antônio falou calmamente — Parece que você viveu muitos anos em pouquíssimo tempo.

— Vô... Eu literalmente vivi anos em pouquíssimo tempo. Em outro tempo, parece que eu envelheci sem realmente viver. Não sei se vai me entender.

— É claro que entendo — Antônio inclinou a cabeça, interessado. — Do que você se lembra?

— Eu me lembro... de uma sala inundada. Tinha um homem... ele estava tentando me afogar. Mas quem estava se afogando não era exatamente eu. — Arthur se sentia perturbado.

— Você acha que... — Antônio fez uma pequena pausa enquanto escolhia o que falar. — Você acha que essa outra pessoa...

— Sérgio Mendes — Arthur corrigiu.

— Certo. Você acha que Sérgio Mendes está em perigo?

Arthur acenou afirmativamente, incapaz de verbalizar, mas Antônio o fez.

— Parece que você está carregando um fardo pesado.

— Eu... eu... vô. Eu não... — O jovem abaixou a cabeça — Está... tudo dando errado. Eu quero... voltar para casa.

As ondas começaram a se agitar, o céu a ficar escuro, coberto por nuvens prateadas. O barco iniciou um balanço mais violento sobre as águas.

— Hey, hey, Arthur. Olha para mim.

O garoto ergueu os olhos, vermelhos, para encontrar o rosto calmo de seu avô.

— Não se perca na sua tempestade.

— Eu não aguento mais isso. — Ele cobriu a cara com uma mão — de-esculpa... droga! Eu nem sei se o senhor é real, se isso é outra época, ou se... — ele olhou para o cenário sombrio que se formou ao redor — É muito ruim se sentir perdido.

O relógio de areiaOnde histórias criam vida. Descubra agora