06 - Um jantar à luz de cura

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Os preparativos estavam a todo vapor pela casa de uma senhora que estava cheia de saúde e desejosa pelo futuro que a esperava.

Sua casa estava com todas as portas e janelas abertas arejando cada cômodo recentemente limpo e perfumado.

Isabel junto a seu esposo, preparava a refeição que seria servida em algumas horas.

O quintal estava limpo, organizado e as plantas e flores denunciavam o cuidado para com elas.

Tudo estava devidamente em seu lugar.

A melodia que suavemente ecoava pela casa, trazia consigo toda a sensação de vida que tomava forma no ambiente antes tão escuro, agora tão claro.

— Quanta felicidade cabe num coração disposto a fazer valer a pena cada batida? — Amélia se questionou em meio a alegria que vinha preenchendo seu coração a cada dia que se fazia presente em seu lar e não mais naquele hospital.

* * *

Com tudo inteiramente pronto e perfeitamente posicionado, dona Amélia percorria os cômodos para ter a certeza de que tudo estava exatamente como queria e para através da confirmação disso, buscar descansar de suas inquietudes.

Isabel estava terminando de se arrumar enquanto Rogério verificava a churrasqueira que começava a trabalhar.

— Não vejo a hora de poder devorar os primeiros pedaços...

— Só deixo se dividi-los comigo.

Virou assustado, encontrando dona Amélia em um conjunto rosa chá exalando elegância e os seus fios grisalhos no alto da cabeça exibiam um coque impecável.

— Me desculpe por isso, dona Amélia. Eu...

— Se acalma, homem. Você não cometeu crime algum, está tudo bem.

— Eu comentei, mas, não farei isso.

— Faça sim, mas, não sozinho. Lembre de mim também, certo?

Deixou uma risadinha escapar e Rogério sorriu ainda meio nervoso por ser pego no flagra. Isso faria ele e Isabel darem muitas gargalhadas mais tarde.

— Vocês são abençoados.

— Senhora?

— Ah, não se faça de bobo. Você e Isabel, oras.

Rogério ainda estava um pouco aturdido e esse jeito irônico da senhora o deixava mais ainda.

— Ah... bem, todos os dias quando acordo ao lado dela me sinto assim. Abençoado!

— Eu me sinto também muito abençoada com a companhia dela em meus dias. Isabel tem o dom de cativar fora o da insolência... ela ganha um coração apenas com um sorriso.

— Foi exatamente assim comigo. — ambos expeliram uma risada gostosa. — Ela tem mesmo esse dom. Estamos casados há quase dez anos e a cada novo dia, quando ela sorrir, ainda sinto o mesmo frio na barriga.

— Suas borboletas são alimentadas diariamente, parabéns, felicidade verdadeira.

— Obrigado, senhora.

Ela seguiu para dentro e o mesmo continuou alimentando a churrasqueira e quando pensou em ir à procura de sua amada esposa, ela surgiu em um vestido longo azul celeste que o fez piscar paralisado por alguns segundos e foi surpreendido com um abraço apertado seguido de um beijo.

— Como estou?

— Da cor do céu...

— Estou... azul?

Amor e AmarguraWhere stories live. Discover now