(Vol. IX) Ano XII p.e. ⎥ Bons ventos.

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TERMINEI DE ARRUMAR O CABELO muito facilmente na frente daquele espelho

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TERMINEI DE ARRUMAR O CABELO muito facilmente na frente daquele espelho. O corte mais curto havia sido decidido há semanas e, até agora, não havia nenhum arrependimento.

Virei levemente para trás e alcancei o cinto escuro pendurado em um cabide atrás da porta do banheiro aonde a bainha com as facas estavam, o trazendo até a volta da minha cintura e o prendendo com o uso da fivela metálica abaixo do meu umbigo.

A calça preta parecia mais apertada, apesar de ser bastante elástica e confortável. Junto com a camiseta e coturnos também escuros que eu usava, se tornava quase um uniforme.

Peguei o arreio de couro que me esperava sobre o vaso sanitário aonde o facão Bush já estava preparado e o levei junto comigo em uma das mãos.

Saí do banheiro com passos apressados. O trailer estava silencioso, apesar do sol começar a nascer lentamente acima daquele telhado e deixando cada vez mais forte a fonte de luz amena que entrava pelas janelas entre as cortinas azuis.

Segui até a cozinha repartida no cômodo inicial, deixando o facão junto com o arreio sobre a mesa de madeira. Percebendo como o céu em Hilltop começava a mudar da sua nuance laranja e lilás de um crepúsculo para algo mais azulado e calmo de um dia ensolarado.

Um sorriso satisfeito se abriu em meus lábios assim que passei por uma das janelas para constatar a neblina se afastando através da relva como espuma mágica.

Arrastei os meus passos decididos em direção ao último quarto naquele corredor e abri a porta como fazia todos os dias pela manhã. Indo direto para a única janela no local e abrindo as cortinas rapidamente, fazendo com que o cômodo mergulhado em escuridão se tornasse claro em questão de segundos.

— Bom dia, raiozinho de sol! — Exclamei mais alto enquanto prendia as cortinas para não se fecharem de novo.

Apenas para me virar em direção a cama do garoto e notar que tudo estava vazio.

— Ah, não... — Resmunguei caminhando rapidamente para o móvel e puxando os cobertores com a falsa esperança de encontrá-lo escondido ali por algum milagre. Mas foi em vão. — ...Merda. — Xinguei frustrada enquanto me afastava.

Saí daquele quarto com passos muito apressados. Caminhando rapidamente em direção ao cômodo da frente aonde a cozinha dividia espaço com a nossa sala. Praticamente lançando a minha mão como uma garra contra a maçaneta. Sentindo falta do entusiasmo e rodopios caninos como todas as manhãs e percebendo, talvez com um pouco mais de alívio, que o cachorro havia sumido também.

Coloquei os meus dois pés no primeiro degrau daquela escada, levei minhas mãos sobre as sobrancelhas e encarei todo o espaço de Hilltop com olhos estreitos para enxergar melhor.

Algumas pessoas transitavam por ali, apesar de ainda ser muito cedo. Principalmente aqueles que eram responsáveis pelo trabalho com os animais.

Um vasto campo de casas, trailers, locações e pasto verde dividiam espaço com uma enorme mansão de tijolos vermelhos. Além disso, o local era bem distribuído entre canteiros de hortaliças em formato retangular muito próximos uns aos outros, mesas de piquenique feitas em madeira que eram enormes e serviam como uma praça de alimentação ao ar livre perto das grelhas, uma alta caixa d'agua branca se equilibrando em quatro colunas de ferro, galpões para os trabalhos mais pesados de construção e, claro, o local aonde os animais ficavam, como o estábulo, celeiro e o galinheiro. Sendo esse último, o local aonde eu avistei a pequena cabeça dourada abaixada em frente a sua entrada de madeira e tela de arame.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora