(Vol. X) Ano XIII p.e. ⎥ Resoluto.

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A RECEPÇÃO DAQUELE HOSPITAL    abandonado parecia o cenário de um filme distópico

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A RECEPÇÃO DAQUELE HOSPITAL    abandonado parecia o cenário de um filme distópico.

As paredes que um dia foram verdes claras, agora estavam craqueladas pela deterioração e basicamente mofadas pela infiltração. Desmanchando-se lentamente como um castelo de cartas, abrigando rachaduras, teias de aranha e outros ninhos de animais que agora estavam tímidos demais para socializar, como gambás, gatos e texugos.

A estrutura do lugar era muito básica. Um grande retângulo dividido apenas por um balcão de madeira aos fundos do saguão – ao qual mal se sustentava em pé por culpa da umidade – e bem à sua frente, do outro lado do cômodo, estava a grande porta dupla que deveria se mover automaticamente quando possuía energia elétrica, mas agora apenas foi empurrada o suficiente para se manter totalmente aberta.

Dezenas de poltronas azuis interligadas em grupos de três estavam completamente empurradas contra as paredes nas laterais e empilhadas como se fossem apenas sucata.

No teto, apesar dos milhares fios elétricos caindo em direção ao chão junto com trepadeiras vivas e suas pequenas flores, nenhuma lâmpada retangular, longa e fluorescente, ainda funcionava.

Depois das portas duplas escancaradas por marcas de mãos que manchavam a poeira dos vidros – deixando uma cobertura de evidências – nós podíamos ver o grande pátio principal que dava direto para os portões da frente do hospital.

Acima do pátio estava um grande céu azul coberto por pequenas nuvens mais brancas, destacando um dia nublado. Abaixo do céu, ainda permanecia o local aonde o sangue escurecido de Sussurradores e mortos-vivos sujavam o concreto do chão.

A maioria dos sobreviventes do ataque do Beta e a sua horda agora se movimentavam ao meu redor para esvaziar o hospital o mais rápido possível.

Todos pareciam ansiosos para voltar para suas casas, mesmo sabendo que seria o dobro mais trabalhoso nos recuperarmos agora; mas a chama de esperança parecia se tornar mais forte quando os caídos se viam unidos contra a desilusão.

Nós tínhamos um ao outro sempre; esse era o alicerce que precisávamos.

Pelo menos a maioria deles. No meu caso, eu ainda necessitava do meu porto seguro.

Encarei as várias voltas que a faixa de curativo dava em minha mão e suspirei fundo. Eu não poderia usar o arco e flecha no momento, pelo menos não durante os próximos dias.

Conseguia sentir os pontos repuxando embaixo das bandagens como um lembrete diário do que havíamos passado.

Os cortes causados pelo caco de vidro eram profundos, mas não tão profundos quanto o amor que eu sentia pelas pessoas que eu havia protegido, poupado ou ajudado.

Não eram tão profundos quanto a minha preocupação com o caçador que ainda não tinha voltado.

— Você pode ficar com algumas adagas extras. — Dianne me resgatou simpaticamente dos meus pensamentos preocupados.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora