Capítulo Seis

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EDWARD

Caius e sua comitiva chegaram ao amanhecer. Carlisle foi recebê-los do lado de fora. Ver seus olhos dourados depois de tantos séculos gerou um certo incômodo no vampiro mais velho. A esta altura, ele tinha esperanças de que Carlisle abrisse mão de uma ideia tão absurda como se privar do sangue humano. Mas lá estava ele, sendo resiliente (como sempre!). - Não entendia como Aro tinha tanta consideração por um vampiro tão estranho, por mais inteligente e culto que fosse. Para ele, seu irmão era, muitas vezes, estupidamente apegado e obstinado. Se toda esta determinação não tivesse trazido tantos frutos bons para eles ao longo dos milênios, já teria o abandonado na primeira oportunidade.

— Caius. Há quanto tempo. - disse Carlisle em sua voz cordial de sempre. Eles apertaram as mãos. - Estávamos esperando por você.

— Estavam? - perguntou ele, irritado. Repassou mentalmente a conversa que teve com Aro após a invasão surpresa e toda a história contada sobre nós de Bella para Natalie, sua nova melhor amiga, antes de passarem pela transformação. Como Alice tinha dito antes, Caius estava desgostoso por não poder nos levar como prisioneiros. Mais uma vez, Aro estava fazendo o que bem entendia e isso o deixava com raiva e contrariado. - Então admite que seus filhos e você, Carlisle, cometeram diversos crimes e ameaças às nossas leis?

Carlisle suspirou.

— Sobre isso, espero que esteja disposto a ouvir nosso pedido de desculpas pela invasão... e pela menina. Meus filhos são muito apegados à ela. Não queriam que nada de ruim acontecesse.

Caius bufou. Que tocante!, desdenhou.

— Poupe o fôlego e as palavras bonitas, Carlisle. Estamos aqui para outros assuntos, e não fazer cumprir a lei. Aro me mandou por outro motivos. Motivos... amigáveis.

— Compreendo. - Carlisle manteve o tom de voz humilde, mas por dentro estava aliviado. Por mais que confiasse nas previsões de Alice, estava tenso com uma possível hostilidade. - Entrem, por favor. Assim poderemos ouvi-lo.

Caius assentiu, a contragosto, e todos os cinco o acompanharam para dentro, tirando suas capas ao cruzar a porta. Carlisle, em um gesto educado, as guardou no armário com cabides. Até a visão de Alice, este armário não existia, sendo incluído na entrada sob recomendações da mesma. Eles eram vampiros mais tradicionais do que nós e a etiqueta era muito valorizada. Qualquer coisa para agradar e evitar problemas.

Esme, que estava ao lado da porta da sala de estar, cumprimentou Caius com um sorriso doce assim que o mesmo entrou:

— Sr. Caius, seja bem-vindo. - E estendeu a mão para ele. Mesmo mortificado com a delicadeza da mulher, Caius seguiu o protocolo e beijou a sua mão, os olhos passeando pelo ambiente amplo e muito claro. Não era nada parecido com o castelo, porém, era agradável. Ou pelo menos considerou ser. Jasper já estava fazendo o seu bom trabalho.

— Esta é Esme, minha esposa. - disse Carlisle, soando orgulhoso. - Foi ela que projetou a casa. - comentou, notando o espanto e olhares analíticos dos visitantes, por um momento se esquecendo de nossa existência.

— A senhora tem talento. - comentou Caius, sorrindo um pouco. - Carlisle tem sorte. - E então fez uma careta, perguntando-se porque de repente ele estava tão relaxado. Mas logo a confusão foi embora quando outra onda dos poderes de Jasper o atingiu.

— Obrigada. - disse Esme, seu sorriso se aplicando. Era um sorriso ensaiado, obviamente, mas que conseguia manter com naturalidade graças a nuvem de tranquilidade que envolvia a sala.

Até Emmett, que estava eufórico com um possível embate entre ele e alguns lutadores experientes da escolta de Caius, aquietou-se. Rosalie, quase sempre tensa, estava grata por Jasper ser útil em um momento delicado. E Alice... ela tinha pedido para não ser influenciada pois precisava de seus nervos para permanecer sempre alerta e constante, sem pontos cegos. Eu tinha pedido pelo mesmo, e Jazz concordou com ambos.

Depois do CrepúsculoWhere stories live. Discover now