Executivo Possessivo

Parte 2

Bom, aqui estou eu tomando meu café da manhã tranquilamente, ops, quer dizer, quase tranquilamente, se não fosse pelo Sr. Rodrigo e a Sra. Angela que estão me observando atentamente enquanto devoro minha salada de frutas. Será que fiz algo errado? já sei que logo vem bomba, sinto como se tivesse cometido um
crime e estivesse prestes a ser interrogada. Não aguento, vou ter que perguntar:

- Tudo bem, o que eu fiz? podem falar, sei que estão loucos para me interrogar. Digo um pouco irritada.

- Calma meu amor, só estamos te olhando, não podemos mais ver como nossa filha é linda?. Diz meu pai com um sorriso meigo.

- Pai por favor, eu te conheço, sei que estão loucos para me perguntar
algo, sempre que fica calado me observando, já sei que vem um monte de perguntas. Digo tentando não rir da cara de bobo dele.
Levanto da minha cadeira e
sento ao lado do meu pai, abraço
ele e sinto lágrimas em meu ombro, me assusto e se afasto um pouco
para olhar em seus olhos:

- Pai, não chore por favor, não torne as coisas mais difíceis, eu amo você e a mamãe mas tenho 27 anos, já passou da hora de morar sozinha e crescer na vida, sei que se preocupa comigo e meu irmão mas olho só, Matheus saiu de casa e está vivo até hoje né? Digo rindo e meu pai
me dá um tapinha no ombro rindo também.

- Fique tranquilo pai, eu sempre vou visitar vocês, quando você menos esperar estarei aqui novamente enchendo a paciência de todos vocês inclusive, do Matheus até por que ele parece que mora aqui, todo final de semana vem pra cá. Termino de dizer com um sorriso meigo nos lábios.

Meu pai relaxou mais e pude ver em seus olhos que ele entendia meu lado mas não queria que eu fosse, era como se não aceitasse o fato de que eu já era uma mulher e precisava aprender com a vida. Meu pai simplesmente me abraçou forte e me deu um beijo na testa, mas antes que eu me levantesse foi logo impondo condições:

- Tudo bem querida, eu não vou mais implicar com você, mas antes que comece a falar que não quer, só aceito essa sua mudança para Nova Iorque se deixar eu escolher seu apartamento e mandar uma boa quantia em dinheiro até que você se
estabeleça financeiramente.

sabia que ia ter condições, estava fácil demais para ser verdade.

- Tudo bem pai, você ganhou, pode comprar o apartamento que quiser, o carro, a praia, o estado e o país que quiser, contanto que me deixe ir pra Nova Iorque. Respondo com cara de rendição.

Subo para meu quarto e pego meu celular, vejo que tem quatro chamadas perdidas de Matheus, dou um sorriso e retorno a
ligação, o que seria de mim sem esse idiota. No segundo toque Matheus atende:

- Oi minha princesa, por que não atendeu quando eu liguei?

- Me desculpa, eu estava tomando café da manhã e quase fui interrogada pelos nossos pais, ou melhor, pelo papai. Me explico já sabendo que Matheus está se segurando para não rir do outro lado.

- Eu perguntei só por perguntar, já imaginava que fosse isso, papai sempre foi cuidadoso ao extremo com você, não fique irritada com ele Clary, ele sempre foi assim já devia estar acustumada com isso.

- Eu sei Matheus, eu entendo ele e reconheço sua preocupação, mas
ele tem que entender que já tenho
27 anos e preciso me
virar, morar sozinha. Falo meio triste.

- Eu sei, entendo seu lado também mas papai sabe que não precisa se preocupar, você vai estar perto de mim e vou cuidar de você pequena.

- É verdade, vou ter um chato cuidando de mim, para que se preocupar né?. Respondo rindo alto.

- Um chato que você não sabe viver sem, sei que quando eu me mudei você foi até parar no hospital passando mal, implorando para que eu voltasse. Diz Matheus todo convencido.