Parte 14

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Bruna

Essa semana as coisas foram bem corridas para mim, eu precisava tomar um rumo na minha vida e seria nesse exato momento. Você quer saber do que eu estou falando? Pois bem, eu falo sobre minha demissão, sim isso mesmo, não vou tolerar mais sofrimentos ao meu coração, ele já foi quebrado uma vez e não aguento mais tantas lágrimas por um homem que pisa em meus sentimentos.

Matheus, o homem que brinca com as feridas do meu coração, ele me iludiu de uma forma alucinante que me levou a entregar-me para ele.
Mateus, sempre foi bem claro, disse que não queria relacionamentos sérios com ninguém, isso ele sempre deixou bem claro, porém, a forma como as coisas fluíram entre nós foi tão intensa (pelo menos para mim), que eu acreditei, mesmo que por um momento, que ele poderia mudar aquela maneira ignorante de pensar.

Já faz uma semana que eu pedi demissão da empresa dele, tenho certeza que nessa semana em que me mantive ausente, ele nem percebeu, sim ele sempre foi desligado para tudo e eu poderia muito bem faltar quando quisesse, ele nunca ficaria sabendo, porém o respeito que eu tenho pelo meu trabalho é maior que qualquer desculpa para faltar ao serviço, sou uma mulher de princípios e tenho ética profissional e jamais faria isso.

Agora trabalho para o Sr. César que é um chefe maravilhoso, nunca vi um homem tão humilde e acolhedor como ele, seus funcionários são tratados como família e sempre que precisam de ajuda o primeiro a estender a mão é o Sr. César.

Como antiga secretaria do Mateus, sei que o Sr. César é um grande amigo e sócio dele, pensei muito bem antes de me candidatar a secretaria, mas tinha que pensar em mim já que por muito tempo desde que entrei na empresa onde trabalhava, só pensava nele, Mateus. Sim, Mateus apesar de ser um homem responsável, sempre esquecia de algo ou até mesmo se perdia em reuniões importantes, eu era aquela mão invisível que ajudava ele nas horas difíceis, o único motivo pelo qual me mantive tanto tempo dentro daquela empresa sempre foi ele, ele precisava de mim, só não enxergava isso, mas agora que eu não estou mais trabalhando para ele, os problemas irão aparecer.

- Sr. César, precisa de mais alguma coisa antes que eu vá embora? - Perguntei segurando a porta de sua sala.

- Não Bruna, você pode ir. - Respondeu César sorrindo - E muito obrigado por levar os documentos a Robert, ele anda meio desorientado com tantos projetos. - Disse de forma descontraída.

- De nada Sr. César, eu imagino o desespero de Robert, as coisas estão saindo do ritmo. - Disse rindo e por fim fechando a porta.

Chegando em casa, retirei minhas roupas e tomei um banho, estava cansada e queria descansar para aguentar o ritmo no dia seguinte.
Fiz um jantar maravilhoso para mim, acredite eu fiz tudo que tinha direito, afinal, eu precisava me alimentar da melhor forma possível. Quando terminei de jantar, fui ao banheiro do meu quarto escovar os dentes e ao passar pela minha cama vi uma mancha de sangue, sim eu estava naqueles dias e não tinha percebido a mancha sobre meus lençóis, teria que trocar depois de escovar os dentes, ando tão destruída que chego a esse ponto de sair sujando as coisas, e ainda por cima de sangue.

Depois de me organizar no banheiro, sai e fui até o meu guarda-roupa a procura de um lençol limpo para trocar, quando finalmente acho um lençol que sirva, minha campanhia toca e assustada derrubo meu frasco de perfume no chão que estava dentro do guarda-roupa, o quarto ficou com o meu cheiro e sinceramente acho que mais nunca precisaria passar pano ali, o cheiro infestou o quarto inteiro. Rindo da minha própria frustração, coloquei o lençol sobre o canto da cama e corri para a sala, estava cedo apesar do novo horário, mas mesmo assim não fazia a menor idéia de quem poderia ser aquela hora.

A campanhia tocava freneticamente e eu não tive tempo nem de me olhar no espelho, ou pelo menos parar para pensar na roupa em que eu estava vestida, simplesmente fui até a porta com pressa e abri.

Quando finalmente abri a porta, meus olhos chocaram - se de encontro aos seus, aquela imensidão de azul que só ele parecia possuir, um azul celeste que me fazia sonhar acordada.

- Oi, será que eu posso entrar?

- Ma... Mateus...

Executivo PossessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora