LIZZY SILVA POINT OF VIEW
4 anos depois- Charles, eu preciso de avisar os seus pais! - Aumentei a voz depois de muito insistir.
Era realmente difícil ter uma simples conversa com Charles. Ele era implicante ao ponto de pensar diversas vezes em o atirar pela janela.
- Lizzy, eles vão ficar preocupados! - Ele insistia.
- Olha Charles, faça como quiser. Mas se você pensa que não saíram imensas matérias sobre o acidente está enganado. - Avisei.
- Tudo bem, liga. - disse irritado.
Ele era impossível de aguentar, puta que pariu!
- Oi tia, é a Lizzy. - Anunciei quando a mesma atendeu a chamada.
- Meu deus, obrigada por estar com ele meu amor. Como ele está se sentindo? - A sua voz mostrava preocupação.
E eu tinha razão, eles já sabia.
- Está minimamente bem, apesar das queimaduras. Só precisa de mais alguns exames e está ótimo. - Informei.
- Fico muito feliz que vocês se entenderam. - Podia quase sentir que ela sorria.
- Tia Pas, eu não sei se isso algum dia vai acontecer. - Disse calmamente.
Não queria dizer que o odiava para caralho, e que uma parte de mim desejou a sua morte.
Mas sabia que se o dissesse em voz alta estaria a mentir, estaria a ser uma hipócrita de merda.- Bem, se você o diz. - Deu uma pequena risada.
Depois de falar com Charles a mulher desligou a chamada.
Sentei-me na pequena poltrona enquanto respondia a algumas mensagens, especialmente as dos meus pais.
- É verdade que você e Max realmente estavam juntos? - O garoto de olhos verdes encarou me.
O meu estômago remexeu e senti que podia vomitar.
- O que você tem haver com isso? - perguntei sem desviar o olhar do celular.
- Diziam que ele te traiu. - Afirmou, mas desta vez com as sobrancelhas arqueadas.
- Assim como dizem que te traíram. - Afirmei já irritada com a situação.
- Alex me traiu Lizzy. - Disse sério.
Eu ia jurar que era mentira, honestamente, por esta não esperava.
- Tudo o que vai volta meu caro. - Cerrei os olhos e pela primeira vez conti coragem o suficiente para olhar para aqueles olhos.
- Eu não te trai. - A sua voz havia mudado. Estava rouca, e no fundo mostrava dor e raiva. Talvez mesmo angústia.
- Mas deixou me quando eu mais precisei, é pior que trair! - Exclamei.
- Eu não estava bem e você sabe melhor que ninguém porquê! - Ele estava irritado.
- Você não tinha o direito de me deixar. - Murmurei.
O meu corpo ardia, os meus olhos estavam secos, embora quisesse chorar era impossível. Apenas sentia raiva, apenas sentia dor, e queria tirar tudo aquilo do meu peito.
- Desculpa. - Os seus olhos seguravam lágrimas, e a sua voz estava rouca.
- Desculpa? Charles, honestamente vai se foder. Eu te odeio, eu nem sei o que estou aqui fazendo. Você não merece absolutamente nada vindo de mim, você me tirou tudo. - Já não me restavam forças para lutar.
- Porque me culpa? Eu também sou humano! - Os seus olhos estavam fechados.
- Porque você sempre volta? Charles, fica longe de mim. Eu estou tentando ser feliz, eu estava tentando arrumar alguém e até isso você tirou de mim! - Disse antes de fechar a porta do quarto.
544, o mesmo em que estive quando perdi o meu mundo.
O meu amor, o primeiro e também o meu último.🏁
Quando perdemos alguém dói, quando tocamos nas feridas mal saradas dói. Charles e eu éramos como dois reagentes inflamáveis, que juntos provocavam uma explosão.
Por momentos queria suturar o meu coração que estava quebrado, queria lhe entregar os utensílios de sutura e pedir lhe para o selar, e logo depois deixar um beijo sobre o meu peito para que curasse mais rápido. Mas sabia que logo depois disso ele iria se desmanchar em pecados, iria quebrar como um vidro fino. E depois disso iria machucar o mundo à minha volta.Eu e Charles, éramos um amor impossível. Éramos um amor recheado de ódio.
E eu só não sabia que o amor e o ódio caminham lado a lado.
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The paradox of love and hate 🏁
ФанфікиCharles, um garoto perfeito que odiava a imperfeição em pessoa, Lizzy. Desde sempre. Lizzy, uma garota que queria se sentir viva, e puder amar alguém finalmente, mas a vida mostra que por vezes amar não é tão fácil assim. A imperfeição e a perfe...