Urrea ⁿᵒᵃⁿʸ

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📄 ANY GABRIELLY

Minha cabeça estava em branco enquanto o professor Alfred explicava sobre a matéria no quadro, que tipo de situação era essa afinal?

Eles dois juntos, molhados, por que? Por que ele nem ao menos me ligou de volta?

O meu dia se passou arrastado cheio de questionamentos e nenhuma resposta, ignorei nossa ligação das 19 horas, sem saber como lidaria com isso.

——— Você deveria ser sincera. – Melinda murmurou se sentando em minha cama. – Com ele e com você, sabe inúmeras coisas podem ter acontecido, essa mulher claramente quer te atingir, provavelmente eles nem estavam sozinhos.

——— Eu não sei. – suspirei. – Não me sinto bem, sabe? Sinto como se estivesse com raiva, ao mesmo tempo que quero chorar, sinto que poderia quebrar em mil pedaços se ele realmente estivesse fazendo algo com ela, ao mesmo tempo que não consigo tirar da minha cabeça todas as palavras, as situações , sinto que estou sufocando. – admiti.

——— Você não se sente pronta para conversar com ele sobre isso?

——— Não. – murmurei. – Eu não consigo não ser complicada, minha cabeça trabalha rápido demais. – resmunguei me jogando na cama e Melinda sorriu.

——— Vamos comigo amanhã na terapeuta então. – sugeriu. – Peça um tempo pra ele e cuide um pouco de você. – aconselhou me abraçando e suspirei fechando os olhos.

Deixei que mais 2 dias se passassem até finalmente ceder aos pedidos de Melinda e acompanhá———la no terapeuta.

Estava evitando Noah completamente, ignorava suas mensagens e rejeitava suas ligações enquanto decidia o que fazer.

——— É aqui. – Melinda avisou e Pierre parou o carro em frente uma casa bonita.

Desci do carro subindo um pouco minha calça jeans e entrei atrás de Melinda sentindo———me ansiosa.

A mulher que nos recebeu tinha um sorriso amigável e uma voz calma e logo se apresentou a mim como a terapeuta que me atenderia hoje.

Melinda empurrou———me gentilmente para entrar na sala e esperou do lado de fora enquanto a mulher fechava a porta.

——— Bom. – sorriu. – Sou Rosalina, Mel já me contou um pouco sobre você, Any certo?

——— Sim. – murmurei baixo olhando em volta.

——— Então Any, pode me contar um pouco mais sobre você?

——— Tenho 27 anos, sou de Manhattan, estou aqui para o curso de intensivista. – disse quase em um sussurro. – Meu pai é mecânico e minha mãe... bem, minha mãe era professora.

——— Sua mãe faleceu? – perguntou anotando alguma coisa.

——— Não, ela está doente.

——— Entendo, deve ter sido difícil pra você, ter que cuidar dela...

——— Não, quer dizer, foi, mas eu gosto. – sorri leve.

——— E o que mais você pode me contar? – sorriu.

——— Eu tenho um namorado. O Noah.

——— Noah... ele parece importante. – sorriu anotando novamente.

——— Ele é. – assenti. – Mas, não sei... não consigo me entender. – confessei. – Ele me da toda a segurança do mundo, é bom comigo, cuida de mim, mas eu não consigo deixar de ter medo.

——— Tem medo de que perca esse cuidado novamente? Assim como foi com a sua mãe? – perguntou pegando———me de surpresa.

——— Eu... não sei. – admiti. – Tenho medo que ele não veja mais o que vê em mim, medo que ele enjoe, medo de não ser suficiente.