Capítulo 28

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Kyoshi's P.O.V

- Srta. Kerrington. - O advogado abriu a porta do escritório para mim e caminhei pelo corredor enquanto os meus homens ficaram do lado de fora, em silêncio, montando guarda como estavam acostumados.

Aquele sujeito diante de mim não era conhecido por fazer negócios com a minha família ou nenhum braço da máfia de Nova York, mas tinha uma fama bem forte em causas da vara da família. Diziam que ele era o melhor advogado de disputa de custódia que se ouvia falar e naquele momento eu estava realmente precisando do mais bem capacitado se quisesse lutar aquela batalha pelos meios lícitos ao invés de simplesmente invadir a casa de Rangi e arrancar a minha filha dela.

Apesar de estar puta pela promotora ter escondido essa informação de mim, sentia que não era isso que eu deveria fazer.

- É um prazer recebê-la no meu escritório. - Ele indicou a cadeira que estava diante de si e esperou que me acomodasse nela. - Foi uma surpresa quando ligou para mim e me disse que queria contratar os meus serviços. Não é o tipo de pessoa que costuma me contatar.

- Tipo de pessoa? - Levantei a minha sobrancelha.

- É jovem, bonita, rica...

- Pode ou não me ajudar com essa causa? - interrompi para que ele não continuasse com aquele assunto.

- É-é claro... - Ele engasgou. - Vai ser um prazer ajudá-la com o que for necessário.

- Ótimo!

- Pode me contar mais informações do seu caso?

- Eu me envolvi com uma mulher há cerca de um ano. Tivemos algumas relações sexuais desprotegidas e depois de um tempo nunca mais voltei a vê-la. Só que recentemente eu a encontrei e estava com uma menina parecida comigo com um tempo de vida compatível com o nosso envolvimento.

- Então acha que a criança é sua filha?

- Tenho certeza!

- Por acaso a mãe admitiu isso? Ela contou para você e principalmente para alguém que possa depor que essa menina é sua filha?

- Não, mas...

- Isso é um problema.

- Problema?

- Temo que essa situação possa não ser tão simples quanto você gostaria.

- Não pode simplesmente entrar com uma ação de reconhecimento? Fazemos o teste de DNA e me incluem na certidão de nascimento da menina. Estou disposta a pagar o que for necessário. - Apertei a lateral da mesa, recordando-me da sensação terrível que tive ao querer ver a menina e não poder.

- Infelizmente não.

- Por quê? - Cerrei os dentes, mas tentei não gritar com o homem porque imaginava que essa não fosse ser a solução dos meus problemas.

- Teremos que primeiro provar o envolvimento de vocês na época da gravidez e torcer para que a menina não tenha sido registrada no nome de outra pessoa.

- Outra pessoa?! - Bati com a mão na mesa e fiz com que o advogado se assustasse com o meu rompante.

- É desagradável, mas acontece. Esse suposto pai pode ter reconhecido a criança por vontade própria ou realmente acreditar que é o pai. A vara da família tende a ter muito cuidado com esses fatos para que a criança não sofra com uma disputa desnecessária.

Engoli em seco me revirando com uma sensação inquietante e amarga que me preencheu. Imaginava que a conversa com aquele advogado fosse me aliviar e me deixar mais calma, porém, não era esse caminho que eu estava vendo.

- Eu posso propor uma conciliação extrajudicial em que você se propõe a pagar a pensão em troca do reconhecimento da criança. Seria um acordo que, caso a mãe da criança concorde, nos pouparia da morosidade de um julgamento e suas apelações.

- E se ela não concordar? - Não queria fazer aquela pergunta, mas era necessária porque eu sabia exatamente como Rangi iria se comportar. Se fosse da sua vontade que eu assumisse a criança, ela já teria vindo até mim.

- Se prepare para uma luta no tribunal que pode durar anos.

- Anos?! E o DNA?

- O juiz não vai obrigá-la a fazer.

- Por que não?

- A persecução é que quando a mãe não quer fazer o DNA é porque a criança não é do pai que está requisitando.

- E se for mentira?

- Seria difícil provar. A não ser que quando a criança atingir a maturidade e queira ela mesma desafiar a vontade da mãe e fazer o exame. Até lá...

- Está me dizendo que vou ter que esperar quase duas décadas?

- Só que pode ser mais difícil...

- Que merda de advogado você é! - Interrompi-o com um tom grosseiro. - Me disseram que você era o melhor, mas tudo o que eu vejo é um cara que não sabe o que fazer.

- Só a estou colocando a par de todos os possíveis desdobramentos do seu caso, Srta. Kerrington, porque preciso que esteja ciente disso antes que decida prosseguir.

- O fato de eu ter vindo aqui já significa que eu quero prosseguir. Isso não é o suficiente para você?

- Claro.

- Ótimo! Então faça o seu trabalho que eu o pagarei por isso.

Ele assentiu com um movimento de cabeça.

- Vou precisar do nome da mulher e da menina e todas as outras informações que julgar necessárias para que eu possa começar a montar o caso.

Puxei a folha que ele estendeu para mim e comecei a escrever.

Não estava disposta a desistir tão facilmente de ter o direito sobre a minha filha.

...

The Mobster's Unexpected Daughter (Rangshi)Where stories live. Discover now