V.

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Ela se sentou na cama, abrindo as pernas e apoiando as mãos atrás de seu corpo, isso sem tirar os olhos de mim, porém tendo reações traiçoeiras, me vi perdida em parte de sua coxa à mostra. Ela usava moletom preto e uma blusa larga da mesma cor, seus pés estavam cobertos por um tênis cinza e baixo, porém, a calca estava rasgada mostrando parte da tatuagem. Oque me intrigou, não foi a tatuagem, e sim o rasgado não proposital. Aquilo foi um acidente ou algo do tipo

- Quem é você? - Perguntei tentando soar superior; oque falhou miseravelmente.

- Tudo oque você quiser que eu seja, amor

Ela era sagaz, e isso fez uma raiva crescer em mim

- Qual o seu nome?

- Alisson

- Seu nome verdadeiro!

Ela riu e olhou para baixo, a máscara caiu um pouco mas seus dedos a ajeitaram.

- Um dia você descobre

- Você pode, por favor - Silabei baixo, deixando explícito minha frustração. - Não ser sagaz?

Aquilo a afetou.

- Dominique - Seu tom havia mudado, era seco.

- Esse D em minha perna...porque?

Ela não parecia tão violenta, naquele momento e usando as roupas largas, eu não via seus músculos que deixam qualquer um com medo e receoso.

- você sabe o porquê, querida. Já  disse que sou egoísta

Respirei fundo e olhei de canto para a porta. Seria uma boa ideia correr e gritar por Luiza?

- Não pense em sair por aquela porta, ou muito menos gritar - Ameaçou.

- E-eu...quero saber o porquê de ser eu. Porque você está seguindo a mim?

Houve um breve silêncio antes dela se remexer na cama e colocar seus pés na beira de madeira, logo rodeando seus joelhos com o braços e os prendendo

- Há mais ou menos dois anos, eu voltei de algo muito turbulento em minha vida. Eu estava abatida de uma forma desastrosa quando entrei naquela espelunca de café

O café.

- Você me atendeu, não vai se lembrar porque eu era diferente e mudei muita coisa. Mas eu jamais esqueci da forma que você me olhou nos olhos e disse que ficaria tudo bem, quando ninguém em minha volta, dentro do meu círculo disse - ela dizia sem emoção alguma. - "você deve ser como um viking, mas seja um Ragnar ao invés de um Rei"

Acontece que, Ragnar matou quase todos os reis.

- Há muito tempo eu a observo - confessou. - Secretamente, sem ninguém saber. Mas quando pude sentir o cheiro da sua adrenalina subir e seu corpo implorar por pecado, eu jamais deixaria que te corrompessem

Dois anos...dois malditos longos anos.

- A não ser eu!

- Você disse que e há dois anos voltou de algo muito turbulento... oque?

Sua cabeça tombou e ficou em silêncio. Droga, cada movimento seu me irritava.

- Você sabe muito sobre mim - Apertei os punhos. - Tenho o direito de saber algumas coisas

Seus lábios encurvaram, mas ainda ficou fechado. Ela estava brincando comigo.

- Cretina! - Esbravejei indo em direção à mesma.

Então é verdade oque dizem sobre cometer loucuras na hora da raiva. E naquele momento, eu juntei todas as minhas forças para lhe acertar um soco na boca, mas eu havia me esquecido que o máximo de minha força, era o mínimo da força dela.

Quando As Estrelas Se AlinhamOnde as histórias ganham vida. Descobre agora