VIII.

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Há 26 anos atrás

O som dos pássaros era rotineiro, mas seus olhos não os viam a quatro anos. Ansiava ver a luz do sol e a brisa da Manhã quando acordasse, de ver cada beleza que a natureza oferece. Mas isso foi tirado de si quando tinha apenas cinco anos

Seus dias passaram a ser noites, infinitas horas em um lugar escuro e doloroso. As únicas luzes que via pela vista turva, eram luzes das máquinas no qual ficava durantes dias. Se lembrava perfeitamente de quando foi usada para um teste no meio de uma guerra, que ficou respirando por um cano fio dentro de uma cápsula de com água e ácido

Essa foi o dia menos torturante para si, o único entre exatamente quatrocentos e cinquenta e três experimentos que sofreu

Raptada durante a invasão de sua cidade, Dominique aprender que amar alguém era o de menos, que sua maior prioridade era sobreviver.
Aos dez anos, modificada até em seu DNA, Dominique foi posta dentro do campo, afim de lutar a favor de uma organização que idolatrava falsos deuses, resultando em tráfico infantil, drogas, prostituição a menor sacrifícios.
Aos treze já havia matado mais de duzentas pessoas em guerra, cinquenta desses, eram pedófilos, que de forma escondida, arrumava um jeito de descobrir pedófilo por pedófilo em meio a uma missão contrataria
Aos dezessete, a lista do duzentos foi para Mil, seu plano de fuga e destruição a organização começou a ser planejada.
Aos trinta, foi contada pela mesma, quinze mil pessoas, dos quinze, seis era da organização. Seu plano não falhou, decidiu esplodir cada canto do enorme terreno assim que libertasse as crianças de lá.
Foram exatamente três horas para concluir, e graças a sua inteligência fora do comum, tudo ocorreu em linha perfeitamente reta

Dominique sofreu tudo que um ser humano poderia sofrer, como consequência da explosão, teve parte do seu rosto queimado pelas chamas escaldante

Não se oprimiu, mas se escondeu de todos quando sem ajuda, tentou recomeçar algo que nunca sequer pensou em começar, aliás, teve sua vida arrancada e controlada por outras pessoas

Se perdeu em si e não conhecia a si mesma quando passou por aquela porta da cafeteria

Ela estava se entendendo, finalmente

Depois de mais de vinte anos sofrendo mutações em seu corpo, abusos, cobaia de drogas clandestinas caseiras, prostituída, violências e dentre outros inúmeros caos, Ela tenta se libertar da escuridão que a persegue dia após dia

E seu maior medo, é ficar como aqueles soldados de elite que a torturava

Era exatamente por isso que Dominique se arrependia rapidamente das coisas, e mudava de humor frequentemente

- Não deveríamos ter batido muito forte - Comentou um rapaz após vê-la tendo convulsões.

- Se ela adquirir ataque epilético, estamos ferrados

Isso não era a primeira vez.

Era também, inúmeras as vezes que a amarraram em uma mesa de metal e injetavam drogas em suas veias. Fazendo cada nervo de seu corpo pulsar.
Ao longo do tempo, seu corpo desenvolveu uma espécie desconhecida de bactéria, fazendo-a ter ataques, que de acordo com os membros da organização, era monstruosa, como se tivesse possuída por algo

O único momento no qual tinha paz, era quando dormia. Em suas nove horas de sossego, ela poderia sonhar em estar do lado de fora

Agora, com um cadáver, um corpo queimado pelas chamas, ela olhava minimamente o corpo morto e imóvel no chão, enquanto seus músculos descansavam em uma cadeira de ferro.
Seus dedos giravam a faca afiada, sem medo ou receio de cair - ela não ia cair -
Mordia fervorosamente seus lábios, tirando pouco o batom preto de seus lábios.
Ajeitou sua máscara bufou quando sentiu a falta de Lisabelle

Quando As Estrelas Se AlinhamWhere stories live. Discover now