01. mystic falls

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Sam Winchester

Sam estava com enxaqueca e o cheiro de mofo de um quarto de um motel vagabundo em Kansas City se misturava com cheiro do cheetos picante que Dean comia colaborava para a dor latejante nas têmporas do mais novo.

— Dean, você poderia abaixar o volume da televisão? Estou morrendo de dor de cabeça. — Sam massageou as têmporas, depois segurou o pacote de salgadinhos, com nojo. — Como você consegue se empanturrar com essa merda? Isso fede.

Dean fez cara feia, tomando o pacote de cheetos da mão do irmão.

— Você é muito chato. Isso, — apontou para o pacote — é a mais alta gastronomia.

Sam bufou, fechando os olhos em uma vã tentativa de relaxar. Fazia dias que não dormia direito, a última caçada contra o espírito enraivecido da Bloody Mary exigiu o máximo de seu esforço físico, mesmo nos momentos que deveria dormir, não conseguia. Seus pensamentos estavam inundados pelos acontecimentos dos últimos dias. Dean apareceu no seu dormitório em Stanford praticamente lhe convocando, ou melhor, obrigando a sair em uma busca pelo pai deles que havia desaparecido em uma de suas caçadas pela criatura que matou sua mãe. A busca pelo pai tornou-se em seu novo trabalho. Aquele que ele tanto fugiu. Caçador. Não existia lugar em sua vida para o direito, por mais que os dois primeiros anos na universidade sem contato com os negócios da família tinham lhe dado um gosto do que era ser normal, Sam sempre sentiu no âmago de seu ser, que uma hora ou outra, seu passado e os negócios da família viriam ao seu encontro, era só uma questão de tempo.

Se fosse apenas pela procura do pai, talvez Sam conseguisse dormir, mas não era. Toda vez que fechava os olhos para dormir, seus sonhos eram invadidos por vislumbres de uma mulher que ele não conhecia. Os olhos azuis penetrantes e os cabelos ruivos invadiam seu sono, lhe perturbando. Os pedaços da mulher soavam como um presságio, ele não conseguia dizer o porquê, mas sentia que aquela não era uma mulher qualquer, por mais que não conseguisse saber a identidade dela, sentia que ela era familiar. Uma estranha sensação de dejá vù lhe acobertava toda vez que a mulher misteriosa tomava seus sonhos. Sam não havia contado isso para Dean, apesar de desconfiar que seu irmão já tinha percebido que havia algo errado, já que Sam sempre acordava suado e nervoso quando sonhava.

Um travesseiro voou em direção ao rosto de Sam, fazendo o garoto ficar alguns segundos confusos até perceber que seu irmão tinha lhe acertado. 

— Que porra?

— Uma mensagem. — Dean falou, encarando o celular. — Coordenadas.

— E o que eu tenho a ver com isso?

Dean bufou, Sam era bem desligado quando queria.

— Uma mensagem de um número anônimo com coordenadas. Só pode ser do papai. — o mais velho entrega o aparelho para que Sam pudesse ler com seus próprios olhos.

— O que te faz pensar que é do papai? Estamos procurando ele há dias, ele encobre seus rastros muito bem.

Sam estava descrente. Os acontecimentos dos últimos dias lhe deixaram assim – para não dizer anos –. Dean revirou os olhos.

— Olhe no seu computador, ande. Veja qual é localização das coordenadas.

Sam suspirou, porém, com muito contragosto, obedeceu seu irmão mais velho, pegando seu laptop e digitando os números na aba de pesquisa do Google Maps.

— E então? — Dean questionou, animado como uma criança curiosa.

— Espere, está carregando. A internet nesse muquifo é horrível. — respondeu Sam, vendo o cursor do mouse carregar, até finalmente abrir a página com a localização. — As coordenadas são de Mystic Falls, Virgínia. 

Dark Paradise || Sam Winchester Onde as histórias ganham vida. Descobre agora