10. little rough

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Sam Winchester

Passava das dez horas da noite e absolutamente nada acontecia. Estavam há horas estacionados na frente da casa e nada parecia anormal, tinham ido até um McDonald's comprar algo para jantarem e foi o único momento que passaram longe da casa. O tempo parecia arrastar-se, Sam enfiou um punhado de batata frita na boca, dando risada ao ler a mensagem de texto de Dean: "cara, a Lizzie é maluca. Tipo, falo sério. Ela é uma bruxa e bruxas são malucas. PS: ela ameaçou me transformar numa pedra. PS²: o nosso Edward Cullen está na mira."

— O que é tão engraçado? — Hope quis saber.

— Ao que parece, Lizzie está enlouquecendo meu irmão. E estão de olho em Landon.

Hope sorriu, voltando o olhar para a casa.

As luzes ainda estavam acesas, significando que os moradores não tinham ido para a cama ainda. Sam imaginou que fosse difícil domar duas crianças sozinha, educar, brincar, alimentar, dar banho e colocar para dormir. Lembrou-se da época que viviam viajando e em como Dean, apesar dos pesares, sempre tentava cuidar do irmão, suprindo ao máximo a ausência do pai.

As horas se arrastavam devagar. Sam já lido e relido o diário do pai, cada detalhe sobre a fatídica noite que transformou o rumo da família Winchester. Ele já tinha lido várias vezes durante as caçadas, os capítulos destinados à morte de Mary e seus desdobramentos, praticamente sabia de cor, mas o tédio incessante de esperar qualquer coisa sobrenatural acontecer.

Sam vez ou outra, olhava de soslaio para Hope, que parecia imersa em seu próprio mundo, completamente alheia ao seu redor. A garota tamborilava os dedos no volante, chacoalhava o copo vazio de milk-shake de manteiga de amendoim com creme, presa em seus pensamentos. Sempre que se lembrava que a garota era uma espécie bizarra de híbrido, os pelos do corpo se eriçavam. Ele tentava focar ao máximo no trabalho que tinha que ser feito: salvar Jenny e seus filhos, depois voltar à Mystic Falls e dar um fim definitivo para Landon.

Entretanto, outros problemas existiam. Hope era uma bruxa e uma loba, algo jamais visto por eles, ela era uma Mikaelson. Sam já tinha vivido e vivenciado o sobrenatural e o oculto o suficiente para saber que não existem coincidências. Não era uma coincidência ela ser uma híbrida, não era coincidência ela ser uma Mikaelson.

— Ei, Sammy. — Hope chamou, tirando Sam dos pensamentos.

— Sim?

— Qual dessa de demônio de olhos amarelos?

— Eu já te contei, é uma espécie diferente de demônio, não tem os olhos como buracos negros, foi a primeira vez que meu pai ouviu falar de um demônio desse tipo. Enfim, o assassino da minha mãe.

Sam ficou quieto, encarando o breu do lado de fora do carro, ele conseguia sentir o olhar de Hope sobre ele.

— Você acha mesmo que demônios existem? Quero dizer, isso é tão irreal e bíblico.

— Você é bruxa, achei que adorassem a Satanás, demônios e essas coisas.

Hope bufou.

— Já falei que a magia é algo que nasce com a gente, não sei explicar, só nasci com a magia dentro de mim. Não é porque sou híbrida que sou um almanaque de misticismo. — a garota resmungou.

— Você sentiu, ou seja lá o que for, a energia dentro do quarto. O que você realmente acha que era?

— Algo mal, verdadeiramente mal. Não senti nada a não ser maldade, uma maldade genuinamente forte.

— É isso, você acabou de conhecer um demônio. — Sam sorriu, irônico. — Filhos da puta que desejam apenas o caos e a destruição.

— Ainda acho isso muita loucura, demônios e tal. Agora só falta me dizer que existem anjos. Não me diga que você acredita em Deus, céu e essas coisas.

Dark Paradise || Sam Winchester Where stories live. Discover now