11. i can't be killed

818 87 16
                                    

Hope Mikaelson

As horas de viagem de Lawrence de volta para Mystic Falls se arrastaram, enquanto Hope dirigia atenta à estrada, observando Sam pelo canto dos olhos. A situação entre eles estava complicada, mais do que o usual. Não estava nos planos da garota se jogar nos braços do Winchester e muito menos ser descoberta. Talvez tenha sido uma forma de contenção de danos, sexo em troca do silêncio de explicar sua história de vida, ou talvez, ela só tivesse chegado no ápice da atração física que sentia por Sam. Muitos "talvez", poucas resoluções.

Hope estacionou na frente do motel em que os irmãos estavam hospedados.

— Hum, está entregue.

Sam não respondeu, retirou o cinto de segurança, virando-se para trás para pegar sua mochila no banco traseiro.

— Abre o porta-malas, por favor. — ele pediu, saindo do carro.

Hope utilizou da sua super velocidade para ir até Sam com as chaves na mão. Ela bloqueou a passagem do garoto com o braço, encostando no porta-malas.

— Você sabe que precisamos conversar, né? Ou melhor, você não precisa agir como se fosse uma criança que acabou de dar o primeiro beijo e não sabe como lidar com isso.

Sam franziu o cenho, encarando-a.

— Não estou agindo como uma criança que acabou de beijar pela primeira vez.

— Está sim.

— Só não tenho o que falar, não sei o que falar, pra ser mais sincero. Tenho que lidar com problemas maiores do que isso.

Hope compreendeu, por fim. Não que esperasse alguma coisa do garoto, as coisas já eram difíceis o suficiente para ela, se envolver com um humano caçador seria apenas mais um dos grandes problemas que ela definitivamente não precisava lidar. Ela abriu o porta-malas e esperou que Sam recolhesse suas coisas.

— A gente se vê, eu acho. — ele disse e Hope apenas assentiu voltando para o carro e zarpando dali.

Não demorou nem dez minutos para estar dentro da mansão Mikaelson novamente. Hope estava se sentindo exausta, o cansaço latente das horas dirigindo e da falta de sangue estavam afetando claramente sua qualidade de vida. Ela foi até ao freezer onde estocava suas bolsas de sangue, porém o encontrou vazio. Nenhuma unidade. Ela não se lembrava de ter bebido tanto sangue, nem tampouco se tinha levado um estoque para a viagem.

Merda, ela praguejou mentalmente. Queria apenas se deleitar com sangue, tomar um banho quente de banheira e dormir. Fazia tanto tempo desde sua última caçada, ela quase tinha se esquecido da sensação, quase, da adrenalina pulsando, de ouvir o coração da pessoa bater desenfreado enquanto tentava, em vão, correr pela sua vida, sem saber o que estava lhe perseguindo, a falsa esperança que ela dava para suas vítimas, deixava-os pensar que tinham vencido, que estavam livres do perigo, sãos e salvos, e aí ela aparecia, conseguia escutar o sangue correndo pelas veias, a jugular pulsando, sentia a vida se esvair do corpo da pessoa. Nessas horas, tudo de humano que um dia existiu dentro dela, desaparecia. Era apenas ela, a tríbida, a criatura mais poderosa do mundo. O topo da cadeia alimentar.

Sua última vez foi antes de Sam aparecer em Mystic Falls. Desde então, manteve-se quieta, evitando chamar atenção para si mesma. Entretanto, o garoto tinha a maldita mania de meter o nariz onde não era chamado, sempre no lugar errado e na hora errada, fazendo as perguntas erradas, investigando demais, se aproximando demais. Ela quase se sentia normal na presença dele, mas seu passado e seu verdadeiro ser pairava ao redor de tudo, ela quase conseguiu esconder a verdade sobre si. Quase. Tantos 'quase' e 'e se' que parecia uma romcom de baixa renda.

Dark Paradise || Sam Winchester Where stories live. Discover now