À primeira vista | MONSAM

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Vem aí.

Boa leitura e desculpem possíveis erros, vou arrumar assim que conseguir enxergar cada um deles.

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Mon

Largando de lado minhas paranóias e incertezas, decidi ligar para Sam mais uma vez e agora foi uma chamada de vídeo, eu estava na biblioteca da universidade durante a manhã e estava totalmente vazio, se eu surtasse, ninguém veria.

Meu coração congelou quando uma mulher linda com L maiúsculo atendeu. Ela estava sentada com uma parede branca atrás.

Comecei a imaginar mil e uma coisas. Eu mataria Sam. Definitivamente eu a mataria. Comecei a sentir o sangue ferver em minhas veias. Como ela pôde? Desgraçada!

Só que a voz - a mesma do outro dia - extremamente profissional soou, me tirando daquele genjutsu maligno no qual o ciúmes me colocava.

_Senhorita Mon? Sou Lia, assistente do senhor Saint e da senhorita Nita. Desculpe-me o mal jeito, agora temos uma política que não autoriza celulares na sala de reuniões e sua esposa e presidente da Acell, a senhorita Samanun, pediu que eu atendesse suas ligações e lhe informasse.

_Oh..-Foi tudo que eu consegui dizer. A moça seguiu com a postura impecável e sorriu docilmente. _Ela está em reunião, então?

_Sim. Logo que finalizada a reunião, pedirei que a senhorita Samanun lhe retorne imediatamente.

_Obrigada, Lia. Irei aguardar. -Sorri e ela me reverenciou brevemente antes de se despedir.

Eu me senti tão ridícula que afundei a cabeça nas mãos.

Comecei a rir sozinha de mim mesma, meu rosto queimou e eu dei graças a Deus por não ter ninguém ali comigo. Mas Sam ouviria e ouviria muito por não ter me explicado aquilo.

Aguardei pacientemente até que ela voltasse para Londres e depois de quase duas semanas, lá estava ela entrando em casa de sobretudo preto e óculos escuros. Jake estava com tanta saudade que voou no pescoço dela, Sam o abraçou com força máxima e ergueu o braço para que eu me juntasse a eles.

Depois do reencontro, Jake foi andar de skate na frente de casa e Sam veio até mim na mesa de jantar.

_Estou com um problema gravíssimo na Acell, é ainda pior do que Kirk me adiantou por telefone. -Disse de repente e se sentou. _Eu quero saber como você está, como tudo está, só que não estou conseguindo me concentrar em mais nada além disso. -Mordeu o lábio em tensão.

_O que houve? -Me preocupei de verdade ao vê-la tirando os óculos e por baixo encontrei aqueles olhos perdidos.

_Um dos aviões que iria para a Itália caiu, pude concluir que 10 famílias perderam seus chefes, 20 crianças estão órfãs de pai, um carregamento de autopeças avaliado em 5 milhões de dólares foi perdido. -Sam esfregou a nuca. _Pra piorar, três dias atrás teve uma briga séria entre dois operadores e um deles colocou a mão do outro na máquina de solda. Você já pode imaginar o que aconteceu.

Fechei os olhos tentando processar tudo aquilo. Sam continuou:

_Isso é caracterizado como acidente de trabalho, de certa forma. Eu arquei com todos os custos do tratamento do nosso funcionário ferido, mas ele perdeu o braço direito do cotovelo pra baixo.

Coloquei a mão na boca.

_A Acell está temporariamente fechada. -Sorriu de canto. _Eu usei dos meus fundos emergenciais para pagar todos os funcionários e decidi colocar todos em férias coletivas por um mês e entrei com uma ação para prolongar esse período. -Esfregou o rosto.