Capitulo 10

11.6K 709 23
                                    

Hugo demorou bem mais do que vinte minutos, mas finalmente chegou.

— Você espera aqui. — Hugo botando Leonardo no carro.

— Deixa eu ir, eu não vou sair correndo, não quero ficar aqui sozinha.

— Por que eu confiaria em você? — Ele perguntou desconfiado.

— Porque você é três vezes é meu tamanho, e tem uma arma. — Olhei para sua cintura.

— Ok.

Ele entrou no carro e entrei no carona, ele dirigia rápido, estava escuro, eu não conseguia enxergar nada.

— O hospital mais próximo é na outra cidade. — Hugo falou olhando para estrada.

— Muito longe?

— 40 minutos mais ou menos, vou tentar ir mais rápido.

— Não precisa, vai acabar matando a gente.

O caminho foi em silêncio, só dava para ouvir o barulho do vento e da chuva, passamos por uma cidade pequena, de ruas estreitas, havia várias pessoas na rua, ouvi o barulho do carro travando as portas, olhei para Hugo e o mesmo me deu um sorriso debochado. Chegamos a um hospital, era um estrutura antiga, saímos do carro, antes do Hugo pegar o Leonardo no colo, ele me deu um casaco com capuz.

— Vesti isso, prende o cabelo e bota isso na cabeça. — Eu era muito lerda, então provavelmente fiz cara de que não entendi. — Eu não sei a proporção que tomou o seu sequestro, não vamos correr o risco.

Assenti e vesti o casaco, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e coloquei o capuz. Entramos no hospital. Hugo falou com a recepcionista.

— Identidade dele, por favor. — Hugo olhou para mim e sinal para pegar sua carteira no bolso.

Ele mexeu e vi duas identidades falsas. Um que estava com foto do Hugo se chamava Guilherme e o Leonardo, era Lucas. Logo apareceu uns enfermeiros com uma maca, Hugo botou Leonardo encima da mesma, e o médico nos mandou aguardar.

— É...agora é só esperar. — Ele falou e respirou fundo.

— Você se importa com ele. — Afirmei.

— Talvez, um pouco. — Eu dei um riso fraco. — Que foi?

— Vocês dois, não sei quem mais orgulhoso.

— As circunstância da vida, nos tornou no que somos hoje. Não fomos criados que nem você.

— Isso não dá o direito de destruir nossas vidas. — Falei e ele respirou fundo.

Os minutos iam passando e aquela cena seria engraçada se fosse séria. Eu acabei de ajudar o cara que me sequestrou e agora estou apreensiva por notícias do mesmo. Quase duas horas depois o médico aparecer e perguntou os parentes do paciente " Lucas ".

— Hemorragia foi controlada. Ele fraturou duas costelas, terá que fica uns dias de observação e vai ficar tudo bem. — Eu e Hugo respiramos fundo. — Ele está dormindo, daqui a pouco podem entrar no quarto.

Agradecemos e o Médico saiu, alegando que poderíamos chama-lo a qualquer hora



Liberaram a entrada no quarto, Hugo foi primeiro a entrar. Na realidade primeiro e o último porque eu não iria entrar. Ele ficou 10 minutos lá dentro, depois saiu, eu poderia ter fugido, pedido ajuda a alguém, mas não, fiquei ali sentada esperando o Hugo sair.

— Ele ta melhor, mas ainda ta com febre. — Hugo chegou perto de mim falando.

— Agora ele vai ficar bem.

— Vai entrar?

— Não, melhor não. — Falei ajeitando o casaco, que era cinco vezes o meu tamanho.

— Ele estava falando seu nome. — Hugo disse baixo, mas tão baixo que talvez não fosse para ser dito e muito menos para eu ouvir.

— O que? — Eu tinha ouvido, mas eu finge que não.

— Nada, não vai entrar mesmo não? — Fiz que não com a cabeça. — Tenho que te levar embora, se Rodrìguez descobri isso ele me mata, vamos.

Falamos com médico que voltariamos depois, é logico que eu não iria voltar. Voltamos para o carro, Hugo estava inquieto ele batucava no volante, não parava de se mexer.

— Ta nervoso? — Perguntei quebrando o silêncio.

— Não. — Ele manteve a postura firme e voltou a olhar para estrada.

A chuva tinha diminuido, e o dia estava clareando já. Eu acabei cochilando um pouco, acordei com carro se mexendo naqueles buracos da estrada de terra que tìnhamos que passar. Assim que chegamos Hugo respirou aliviado, eu não entendi muito bem, mas tudo bem.

— Pronto, agora vai para seu quarto. — Hugo mandou e eu assenti. Tirei o casaco e ia entregar a ele. — Não é meu, é do Léo, depois entrega á ele.

Assenti e entrei pela casa, estava total silêncio, entrei no quarto devagar, peguei umas roupas e fui até o banheiro, tomei um banho rápido, tirar aquele cheiro de hospital e voltei para o quarto. Fui na beliche, minha cama era a de cima, então deitei na mesma e fiquei ali até o sono vim. Não demorou, estava cansada. Acordei com um falatório no quarto, abri meus olhps devagar.

— Desculpa Kai, não queria te acordar, — Ana se desculpou. — mentira, queria sim. O que aconteceu ontem?

Só estava Júlia e Ana no quarto.

— Bom dia para vocês também. — Ironizei e sentei na cama.

— Você foi levar o Leonardo no hospital? Por que não fugiu? — Júlia perguntou.

— Fui com o Hugo, e por que não dava né gente, Hugo estava armado. — Menti. Por que na realidade eu nem pensei na hipotése de fazer isso. Mas eu não ia falar para elas que estava preocupada com Leonardo a ponto de esquecer do mal que ele fez a todas nós.

— Mas e o Leonardo? Morreu? — Ana perguntou rindo. — Bom demais para ser verdade.

— Não, ele vai ficar bem.

As duas me enxenram de perguntas, e eu estava ficando sem paciência, mas não demostrei isso. Dei a desculpa que estava com fome, e as duas me deixaram em paz, levantei e fui até a cozinha, no corredor acabei esbarrando com um menino alto, bonito até, mas se eu não me engano, foi o menino que fez aquilo com o Leonardo.

— Você é nova né!? — Ele me olhou de cima baixo. — Uma pena que ainda não posso te usar, ainda. — Ele deu um sorriso que me deu medo.

Proibida pra mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora