Capítulo 53

9.2K 532 4
                                    

Meu pai fez suas ligações, e logo estávamos a caminho de algum lugar de só ele e Deus sabia. Eu tenho certeza que o assunto que Catarina iniciou não vai ficar assim, ele vai querer tirar aquela história a limpo? Vou ter que confirmar que Catarina é louca e está inventando tudo aquilo, pelo simples fato que ela não queria que ninguém soubesse da gravidez.
– Onde estamos indo? – Catarina perguntou aos prantos.
– Já não mandei você calar a boca? – Meu pai se irritou.
– Eu sabia que te deixar á frente nunca seria uma boa ideia. – Pronto, agora ia começar. – Você pediu um voto de confiança para que? Para isso?
– Pai eu...
– Cala a merda dessa boca, que estou puto com você, você não pode ser meu filho, é muito merda para eu ter feito.
Ódio. Isso que eu estava começando a sentir pelo meu pai. Aquela veneração que eu sentia por ele, estava sendo substituída por vários sentimentos ruins. O caminho foi em silêncio, o único barulho no era o choro de Catarina. Finalmente chegamos, era uma casa velha, muito velha. Assim que meu pai parou o carro, buzinou algumas vezes e apareceu um velho estranho. Saímos do carro, tive o trabalho de arrastar Catarina de dentro do carro.
– Não, por favor, eu vou morrer Leonardo. – Ela gritava.
– Se você ficar fazendo escândalo vai ser muito pior para você. – Falei baixo.
– Eu prometo que não vou falar nada da Kaila. Mas me ajuda, por favor.
– Eu já me queimei com ele, não dá Catarina, não dá.
– Foi culpa da vadia da sua namoradinha.
– Namoradinha? – Ri ironicamente. – Você que abriu a boca para falar demais, como diz o ditado que fala o que quer ouve o que não quer. Agora arque com as consequências dos seus atos.
Andei com ela até a casa, entramos, homem entrou em uma porta que tinha uma escada que dá até o andar em baixo. Entramos no mesmo, o local era totalmente inapropriado, era sujo, tudo era velho, parecia mais um local abandonado e que ninguém vinha aqui á anos.
– Bota a menina deitada ali. – O velho falou.
Era uma maca velha, e suja. Confesso que estava com pena da Catarina. Odeio esse meu lado sentimental renascendo, meses atrás eu estaria cagando para tudo isso, e hoje estou aqui com medo do que vão fazer com ela. Por mais que ela quisesse me fuder, era uma criança que eles iam matar, sei lá como. Catarina entrou em desespero, começou a se debater, gritar. O velho pegou um pano e colocou em seu rosto, e ela apagou.

Depois de eles terem posto Catarina naquela maca, eu sai daquele lugar com a desculpa que ia fumar lá fora. Estava tudo quieto demais, eu não tenho a menor ideia como eles iriam fazer aquele aborto, mas tenho certeza que a Catarina não sairá bem dali de dentro. Sentei no degrau que havia na entrada. Fumei, joguei um jogo idiota que tinha no celular. Pelas minhas contas já havia mais de duas horas que eles estavam lá dentro, eu não sabia que essa merda demorava tanto.
– Que porra de demora do caralho. – Reclamei sozinho. – Odeio esperar. – Eu sempre tive a mania de falar comigo mesmo, ainda mais pelo fato de eu nunca nutrir muita confiança pelas pessoas, eu costumava conversar comigo, me responder, me aconselhar. Maluco? Com certeza. – É Leonardo, você vai se fuder.
Acabei rindo da minha loucura. A casa era afastada de tudo, era um lugar que dava certo medo. Fiquei olhando para frente. Ouvi passos vindos pela casa, se aproximando da porta. Levantei-me ficando em pé, meu pai passou com a Catarina no colo, e levou-a até o carro. Ela estava desmaiada, o vestido que ela usava estava ensopado de sangue.
– Ela ta bem? – Meu pai me olhou sério e entrou no carro. É claro que não era hora de eu mostrar preocupação. Mas eu acabei falando demais.
Entrei no carro no banco do carona, enquanto meu pai, ligava o carro e seguida deu partida. Ele olhava sério para estrada, aquele olhar dele não era de coisa boa, ou ele estava arquitetando algo ruim ou ele estava tentando imaginar algo que no caso para ele não podia ser possível e que caso fosse possível ele iria resolver do jeito dele. Algo me diz que esses pensamentos dele, estavam voltados ao que a Catarina quase disse. Pior não ia ser o que ele faria comigo ou com Arthur, mas sim com a Kaila. Meu pai trata a Kaila como se fosse um objeto sexual de sua posse, sabendo que seus dois filhos estiveram relacionados com seu mais novo brinquedo, isso o deixaria extremamente puto, e com certeza ele faria alguma besteira. Eu ainda preferia ele me xingando por todos os nomes possíveis do que ele em silêncio. Chegamos à fazenda, ele estacionou o carro, sem dizer uma palavra abriu a porta e saiu.

Proibida pra mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora