Capítulo 13 - Espadas que Brigam

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O sol estava nascendo quando acordei, passou-se quatro longos dias completamente normais e com a mesma rotina, não consegui encontrar mais respostas e preferi ficar longe do dormitório dos alunos da noite. 

Não encontrei mais sinais de invasão pelo rapaz encapuzado. O que é muito estranho, visto que o bilhete e a adaga garantem sua presença aqui. E se ele está por aqui. Como não pegou o grimório? Parecia que nada fazia sentido e eu não sabia mais o que fazer ou em quê acreditar.

Terminei minhas aulas de reposição fazendo aulas extras. Joseph não ligava muito para isso, então ele evitava como podia. 

Vesti meu uniforme e fui para a aula de arte. Eu gostava bastante dessa disciplina. Sempre fazia artes distintas e criativas. Nesta última agora, esculpi um anjo sentado segurando sua espada ao lado. 

O professor se agradou tanto da arte que resolveu usá-la em destaque nos expositores para a feira de artes que teríamos amanhã. As mais belas artes teriam destaque na feira e minha escultura seria uma delas. Uma mistura de medo e euforia tomou conta de mim.

Principalmente por eu ter que apresentar aos alunos. Um detalhe importante, é que todos os alunos participariam, o que incluía os alunos da noite. Isso me dá calafrios só de pensar. 

Como estes alunos poderiam se agradar desta feira, sendo que muito deles viveram na época de grandes artistas... é estranho dizer isso, mas eles são vampiros e é normal que tenham vivido por tanto tempo. 

Pensando nisso, é até estranho imaginar que se submeteram às nossas normas. Talvez estejam entediados e querem viver por uma nova perspectiva. Saindo da sala. Vejo que muitas alunas estavam animadas. Gostaria de saber o motivo disso, então me aproximei de um grupo.

- Aí, eu estou tão animada que nem consigo estudar! Devo decidir o que irei vestir e garantir a melhor costureira da cidade o mais rápido possível. - disse uma menina de cabelos loiros.

- Se você encontrar, não esqueça de me avisar também, preciso de uma peça que valorize meu corpo. Afinal, Derek prefere assim, tenho certeza que eles participarão - disse outra garota. 

O rapaz de quem ela se referia era da classe noturna. Foi então que elas perceberam minha presença, corei por isso.

- Julliet! Já que você está aqui, deixa eu te perguntar. A turma da noite participará não é? - perguntou a garota loira.

- P-participar? Do quê exatamente? - perguntei sem entender o que elas estavam falando.

- Não acredito que você não sabe, é óbvio que estamos falando do baile de outono! Você se esqueceu? - disse a amiga da loira, revirando os olhos.

Neste momento, arregalei meus olhos e fiquei boquiaberta. Eu realmente havia me esquecido disso e nem me lembrava da data que nós estávamos exatamente. Elas perceberam o meu espanto.

- Esqueça, Vanessa. Ela não sabe de nada. Vamos procurar saber pelo Diretor ou organizadores da festa - disse a loira. A amiga me olhou de cima abaixo e seguiu a loira depois.

Mesmo que este baile realmente aconteça. É improvável que os alunos diurnos possam ficar com os alunos noturnos, pelos motivos que nós já sabemos. 

Acontece que os representantes das classes diurna e nortuna devem dançar uma valsa juntos de acordo com a norma escolar. Pois isso, representa que as espécies conseguem viver harmoniosamente. E os novos integrantes da noite possam confiar mais no processo de adaptação. Ou seja, há uma grande importância. 

O que significa que eu e o representante da classe noturna seríamos um par. Afasto estes pensamentos e procuro pelo calendário em meu celular. Eu me assusto quando vejo que faltam oito dias para o grande baile de outono. 

Século Sombrio - Dark Century Where stories live. Discover now