Capítulo 17 - Feridas (parte II)

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Era tarde, em uma floresta densa, ouvia-se o barulho da água caindo da cascata. Alguns pássaros ainda cantavam. Aproximava-se uma tempestade, na outra metade do céu, nuvens limpas e céu claro. 

O silêncio reinava em algumas áreas da floresta.

O vampiro Valentyn percorria uma trilha de difícil acesso. Entretanto, isso não significava nada para ele. Estava procurando por pistas do que poderia ter acontecido a Julliet. Próximo a uma árvore, ele vê sangue e logo reconhece o cheiro, era de Julliet. 

Uma fúria acende dentro dele, mas o mesmo se controla. Ele precisava se concentrar no que era mais importante agora.

Ao se aproximar, ele vê um pequeno pote com uma substância estranha, o qual foi usado por Julliet para disfarçar o seu cheiro de sangue da sua ferida. Valentyn não sabia disso e guardou consigo. Ele toca na árvore e remete a suposições do que poderia ter acontecido.

É perceptível marcas de chamas, pois a árvore e a grama estavam queimadas. Ele também vê alguns resquícios de pelos pouco queimados. 

Valentyn se abaixa para tocar nestes pelos e esfrega em seus dedos. Ele aproxima um pouco do rosto para sentir o cheiro. Obviamente, já era notável a qual criatura seria. Mas, Valentyn verificava se era possível rastrear a fera.

Ele segue seus instintos e caminha até onde o cheiro termina. A partir daquele local que encontrou, não havia mais rastros da grande fera que atacou Julliet.

- Na próxima vez que você quiser resolver algo comigo, adianto que seja o próprio a tratar disso - surge Hefesto, com o seu manto branco. - E não ordene que teus servos façam o trabalho sujo - continuou. 

Valentyn não pareceu surpreso.

- Como escapou de Demitry? - perguntou, sem olhar para Hefesto, ele continuva investigando o local

- Digamos que ele tenha virado churrasquinho - gabou-se Hefesto. Valentyn dá meio sorriso e assente com a cabeça. 

- A fera não era a única a persegui-la - constatou Valentyn observando o local.

- E o que mais seria? - Perguntou Hefesto, franzindo as sobrancelhas.

- Uma criança, mas não uma criança comum, era a cria deles - respondeu Valentyn, sem emoção. 

- Como isso seria possível? Eles não podem procriar - espantou-se Hefesto. 

- Ao que se sabe não, talvez tenham encontrado um jeito. Eles não aceitariam ser rebaixados da forma como foram, querem formar um exército - disse Valentyn tocando no chão e tentando procurar mais pistas. 

- É disso que se trata o caso que você e Armin foram fazer? Investigar o motivo de todos esses ataques? 

- Sim, e mais outras coisas... Após o ataque ao acampamento de alguns caçadores próximos a região, o lobisomem que atacou Julliet morreu em minhas mãos... entretanto, ele não estava sozinho. Senti a sua presença no dia, porém, optei pela segurança dela. Quando retornei, não o encontrei mais - falou Valentyn, cerrando os punhos e olhando para Hefesto. 

- Então, foi o outro da alcateia que atacou Lilly? - perguntou Hefesto ainda mais curioso.

- Pelo que as investigações apontam, sim...foi. - Respondeu Valentyn, abaixando o olhar.

Valentyn foi caminhando para uma direção incerta com os seus braços para trás, cruzados. 

- Mas, cuidamos para que ele não retornasse ao local do ataque - concluiu Valentyn. Hefesto estava surpreso com o rumo da conversa, e seguiu Valentyn.

Século Sombrio - Dark Century Where stories live. Discover now