Capítulo 14 - Trilha de Fogo

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Acordei com uma frente fria que saía da janela. Levantei em um susto, o sol já estava se pondo e eu estava atrasada para comparecer no encerramento da turma diurna. Corri para a porta do quarto, mas senti uma dor latejante no antebraço, acabei dormindo por cima do braço e o sangue estava evidente no curativo.

- Droga... - falei, enrolando um pano na ferida por cima do curativo. Acelerei meus passos até o campus.

Assim que terminei a ronda com a turma diurna. Fui direto para o dormitório dos alunos noturnos. Rapidamente me posicionei ao lado do portão que já estava se abrindo. O tempo estava um pouco instável e uma ventania leve passava entre nós. 

Com medo da reação dos alunos, coloquei meu antebraço por dentro do uniforme, com a outra mão por cima. Não gostaria que pensassem que estou escondendo algo para não ter atenção deles neste momento.

Os alunos estavam passando, entre eles, Sarah que depositou sua atenção sobre mim, curiosa. Acho que ela percebeu minha atitude estranha, pois eu evitava olhar diretamente para os alunos. 

O segurança estava prestes a fechar o portão pela alavanca, mas algo o impediu. Ele fez mais força, o que fez piorar. 

A peça da alavanca voou para longe em minha direção. Em um reflexo, desviei, levantando os braços para me proteger. Isso chamou atenção dos estudantes. 

Ficou um silêncio a partir daí. Foi então que me dei conta que o pano que estava em meu antebraço caiu no chão. Não emitia-se nenhum som por alguns segundos. O que me fez gelar e engolir em seco. Uma frente fria passou por nós, fazendo meu cabelo voar também. 

O segurança então quebrou o silêncio.

- Senhorita, você está bem? Peço desculpas por isso - ele disse, mas logo pareceu chocado ao ver que eu estava ferida. Olhei para ele e logo depois voltamos nossa atenção para os estudantes. Eles estavam petrificados. 

Pareciam lutar com os seus instintos mais sombrios. Até que o primeiro avançou um passo. Então, todos mostraram suas presas e seus olhos ficaram vermelhos vivos.

Recuei em resposta e isso fez com que eles ficassem mais tentados para me pegar. Foi quando saquei minha arma em direção a eles. Olhei para Hefesto e ele estava paralisado, também estava com suas presas a mostra e seus olhos de um vermelho tão intenso e vivo. 

Imediatamente, ele balançou sua cabeça em negativa e quando os seus colegas estavam prestes avançar sobre mim, ele lançou uma corrente de fogo em volta dos alunos. 

As chamas eram fortes e cresceram, impedindo que qualquer um passasse por ela. Ele entrou dentro do círculo sem que fosse ferido. 

Aquilo não iria impedi-lo, mas de certa forma fez ele acreditar que não poderia me atacar também. Eu fiquei encantada pelo seu poder. Era lindo e perfeito. Não imaginava que essa poderia ser sua habilidade.

- TIRE ELA DAQUI AGORA! - gritou Hefesto para o segurança. O mesmo, prontamente, veio correndo e me pegou, e fomos para longe depressa. Eu não pude deixar de observar as chamas queimando e Hefesto dentro dela com as suas mãos em seu rosto. Meu coração apertou por isso.

O segurança me levou para a enfermaria e chamou por uma enfermeira, o médico não estava presente. Ela prontamente limpou minha ferida e fez um curativo melhor. Passou uma substância estranha em meu corte e disse que isso impediria o cheiro do sangue exalar, mas que eu não deveria usar sempre, pois impediria a cicatrização. 

Agradeci e saí da enfermaria. Benjamin veio até mim quando passei pelo corredor de sua sala.

- Julliet, fiquei sabendo do acontecido... como você está? - perguntou preocupado.

Século Sombrio - Dark Century Where stories live. Discover now