Capítulo XII

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Chegando em casa, a porta se fecha. A vaga lembrança daqueles grandes olhos castanhos sobre ele, aquela pele macia o tocando e a leve dor física da confusão.

Talvez nada daquilo fosse real, porque relacionar trabalho com romance nunca foi uma boa opção apesar de ter sido uma hipótese cogitada. A excitação de a encontrar todos os dias pela manhã e se beijarem escondido dentro do seu trailer. Adrenalina sempre a deixava mais atraente. O fato de ter acabado era doloroso.

"Uma mensagem, apenas uma. Não consigo entender. Foram meses, como ela pode não ter sentido nada? Será que foi intenso demais pra mim? Será que eu me precipitei?"

~~~°~~~

-Nell, ela disse que me ama logo depois da gente terminar de transar. Tipo, acho que tenha sido no calor do momento, acho que todo mundo já disse um "eu te amo" depois de ter fodido com força ou algo assim... E não que eu esteja reclamando. Por mim tudo bem, eu até gosto - Zendaya tagarelava em modo acelerado e frenético sem parar - Eu apenas fiquei meio abismada com o jeito que saiu tão natural dele, como se fosse uma verdade mesmo, sabe?

-Zendaya, calma! Fiquei confuso com esse final. O que você quer dizer com "por mim tudo bem, eu até gosto"? O que isso significa pra você?

-Eu não sei! - Ela colocou as palmas das mãos sobre o rosto - Eu gosto, gostei de ouvir aquilo. Eu meio que senti um conforto no peito com aquilo, eu só não sabia o que dizer, aí virei as costas e fui embora.

-Tá isso significa que você está apaixonada por ele.

-NÃO! Não estou apaixonada por ele. Foram apenas alguns meses, não acho que foi o suficiente pra eu me apaixonar pelo jeito que ele age comigo.

-Ok, você quer que eu minta na sua cara? Ou que eu não fale o que estou vendo?

-Não. Você sabe que é a única pessoa que eu confiaria a minha vida (tirando a minha mãe).

-Daya, querida. Você está reprimindo o que sente, você precisa entender que está tudo bem amar o Tom. Não tem nada de errado nisso, você não pode confundir isso com o que aconteceu com Jacob ou Travor. Nem todos são como eles, você ainda pode e merece ser amada.

-Acho que tenho medo de me entregar de novo. Medo do que pode acontecer. - Os olhos se marejam e a boca se comprime em angústia - E eu nem sei como dizer isso pra ele, até porque acho que ele nem quer mais olhar pra mim.

-Você realmente gosta dele?

-Sim, acho que sim. - um suspiro longo e pesado saiu de seus lábios e olhou de novo para Darnell, sussurrando dessa vez. -Acho que estou realmente apaixonada por ele. E o amo, amo a forma como ele me olha e como me escuta falar das coisas mais banais que existem.

Darnell expôs um sorriso no canto da boca

-Agora você já tem a resposta pra confusão da sua cabeça.

Ele se levantou da cama e a abraçou, era possível sentir o amor e apoio naquilo, o beijo na testa confirmou que mesmo com a confusão e com as hipóteses negativas que pairava sobre a cabeça de Zendaya, Darnell estaria lá.

-Agora você precisa dar um jeito de voltar pra ele.

-Estou com medo disso, na verdade. Até porque quem foi embora fui eu, não sei como fazer isso. Não sei se ele me quer ainda.

-Tenho certeza que vai achar um jeito - Nell lhe deu mais um beijo, desta vez no topo de sua cabeça. E se retirou do quarto, deixando Zendaya sozinha.

"Thomas se você estivesse lendo os meus pensamentos agora, saberia que fugir não foi por não te amar".

~~~°~~~

-Que tal sairmos, irmos em algum pub, como fazíamos na adolescência? Seria divertido levar os meninos.

-Não, meu Deus. Não tenho uma boa lembrança dessa época!

-Como não, Thomas? Foi a melhor época das nossas vidas. Lembra de quando você perdeu a virgindade com a barista atrás do balcão, no fim da festa naquele pub perto na casa dos seus pais? Aquilo foi a coisa mais insana que você fez até hoje.

-Haz para com isso, eu até já tinha esquecido isso...

-Vamos Tom! Quem sabe você sai dessa melancolia eterna, talvez até fique com alguém. Vamos!

Aquilo de longe era uma boa ideia. Talvez esquecer toda aquela coisa, tristeza e dor fosse ajudar. As vezes a bebida ajudaria com isso, mas NADA de banheiros de bares por enquanto.

-Tá. Tudo bem, vamos. Só que sem beber pra eu ter que te carregar pra casa de novo. Isso é sério!

-GLÓRIA, prometo de dedinho que TALVEZ eu não beba até cair! -Gritou Harrison em alto e bom tom enquanto se remexia no sofá

-As vezes eu dúvido da sua eficiência como assistente da estrela, sabia?

-Por que? Eu sou incrível.

-Porque PARECE QUE EU SOU O SEU ASSISTENTE quando a questão é bebida!

~~°~~

Indo de encontro ao antro de perversidade, cheio de garotas e homens lindos. Tom até ousaria compará-los com deuses, por diversos motivos. Os corpos esbeltos e os rostos levemente angelicais jamais diriam do que aquelas pessoas seriam capazes. E numa quebra de fantasia, Thomas notou onde se encontrava. Se deu por conta do quanto aquilo poderia ser problematizado e o que as pessoas falariam. Então, mais uma vez, levou em consideração seu coração partido, sua dor e decepção. Talvez foder com qualquer prostituta e depois fazê-la assinar algum tipo de contrato de sigilo seria uma boa opção.

Então ele se lembrou de Zendaya. Lembrou que com ela não existiria contratos ou acordos vitalícios em questão de sexo e amor, com ela por si só era sigiloso. Não pela fama, não pelo medo, não pelo dinheiro, mas por ser algo sagrado.
Eles tiveram algumas conversas sobre o assunto antes do "acidente". Era franca e objetiva, decidida e determinada que amor era pra poucos. Talvez tenham sido os traumas de antigos relacionamentos que a levaram a isso, mas isso não importava. Não mais. E então a raiva o dominava mais uma vez.

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Depois de 6 meses sem postar nada, eu finalmente voltei, gastei toda a minha massa cinzenta com esse capítulo, e espero que gostem, senti muita falta de escrever.

com amor: Bella <3

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⏰ Last updated: Oct 17, 2023 ⏰

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