SINOPSE
Eu não posso ter Wang Yibo.
Não posso tê-lo por que ele é o melhor amigo do meu irmão mais velho. Não posso tê-lo por que parti o coração dele há cinco anos; porque agora ele está noivo de outra pessoa - alguém amável e confiável que merece...
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03
A fonte no meio do claustro transborda alegremente sob as nuvens que se aproximam, embora não seja tão adorável quanto o som do meu riacho perto do eremitério.
Não tão adorável quanto o som do meu nome na voz baixa e gutural de Yibo . Consigo respirar fundo, e de novo, e depois de novo. É difícil com ele na minha frente, com os olhos castanhos me observando, mas de alguma forma meu corpo se lembra. Ele se lembra como inspirar e expirar, e pensar que houve um tempo em que eu poderia tirar uma soneca nu perto desse homem, quando poderia apoiar meus pés em seu colo e encher o saco para ganhar uma massagem nos pés, quando poderia jogar cereal nele através da mesa porque ele não estava prestando atenção em mim... O pensamento de que houve um momento em que eu não fiquei paralisado e em estado de choque só por estar olhando para ele é impossível. Ele não se levanta, mas lentamente se endireita, seu braço saindo do encosto do banco e as mãos entrelaçadas em seu colo. As nuvens rapidamente sombreiam a pele morena quente de seu rosto e mãos, escurecendo brevemente seus olhos antes que o sol retorne, mais radiante do que antes. Muita coisa nele está diferente de quando o vi pela última vez. Seu rosto está mais magro, destacando as maçãs do rosto altas, e agora há uma barba por fazer de dar água na boca em sua mandíbula, uma mandíbula forte e sexy. E isso sem falar no que está vestindo: uma camiseta Henley creme, bermuda azul claro e tênis de cano baixo. Anos atrás, ele não teria saído para comprar preservativos sem usar pelo menos duas peças de roupa que só podem ser lavadas a seco, e agora ele está aqui parecendo que acabou de voltar de férias. Férias boas. Para a Disney ou para a região do vinho ou algo assim. No entanto, algumas coisas não mudaram. O queixo com uma fenda sutil, a sobrancelha perfeitamente arqueada enquanto me observa, os olhos cor de uísque brilhando sob cílios grossos. Uma boca tão perfeitamente esculpida na geometria dos seus cumes superiores e na curva do lábio inferior que é digna de adoração. A frieza estudada de sua expressão. A graça deliberada de seu autodomínio. Pode ser apenas isso - a seriedade bonita e fria dele - que envia sangue para o meu pau, mas também há o resto dele para enfrentar. Como a visão estranhamente erótica de seus tornozelos acima de seus tênis. A imobilidade das mãos elegantes em seu colo. Eu, é claro, ainda sei a verdade sobre essas mãos, sobre o homem a quem pertencem. Sei que por baixo de todo esse equilíbrio e frieza há um calor escaldante e trêmulo. Estou sendo punido por meu sonho? Estou passando por algum tipo de teste? Como ele pode estar aqui?Agora? Quando já se passaram quase cinco anos desde que o deixei parado em uma calçada de cascalho com uma gravata amassada em uma das mãos e a chave da minha casa na outra?
— Zhan, — Yibo repete, e então franze um pouco a testa. — Não, desculpe. Irmão Sean agora. Certo?
Eu faço algum gesto estúpido que é mais ou menos um aceno, tentando indicar que está tudo bem, que atendo por ambos. Meu nome religioso é como um manto espiritual - eu o vesti para o resto da minha vida, mas o coloquei por cima de tudo o mais. Ainda sou Xiao Zhan por baixo disso. Mesmo quando não quero ser. Eu me forço a dar um passo à frente, para chegar ao banco e me sentar no final, como com qualquer outro visitante. Embora nenhum outro visitante faria minha carne se esticar contra o metal que nesse instante prende meu sexo. É engraçado pensar que essa gaiola começou como algo divertido e sexy - castidade como fetiche, castidade como diversão - e nos últimos quatro anos, eu a usei para suprimir os próprios impulsos que nos inspiraram a comprá-la. Embora às vezes, nas profundezas da noite, questiono se naqueles primeiros dias usei a gaiola porque ela me lembrava dele. Porque parecia que ele estava tocando meu corpo, mesmo que fosse por meio de um brinquedo. Yibo olha para mim.