Above all

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Desde que eu descobri ser um ômega e passei por vários tratamentos para esconder isso, as possibilidades de criar um vínculo com alguém eram praticamente nulas. Mas agora, eu tenho a oportunidade de me sentir ligado á alguém, de poder sentir o que outra pessoa sente. Estar ligado ao Jungkook me deixa feliz, e eu sinto que ele se sente da mesma maneira.

Além de poder partilhar os sentimentos com ele, tenho a chance de tê-lo em meus braços enquanto dorme. Depois de termos conversado no banho, Jeon foi o primeiro a dormir.

Eu falei sobre os meus motivos para esconder o meu subgênero, contei sobre o que aconteceu comigo quando era mais jovem. Jungkook me entendeu e ainda descobri que quem me ajudou naquela época tinha sido ele – o que explica muita coisa. Talvez o fato de eu ter me interessado por ele quando o vi, tenha sido porque eu já o “conhecia”.

Além disso, Jeon agora também sabe que Namjoon é meu irmão. Descobrir isso foi o que mais o surpreendeu, mas também disse que fazia sentido já que, segundo ele, nós dois somos muito bons no trabalho e que isso devia ser por conta da genética dos Kim’s. Quando ele disse isso não segurei o riso. Chegava a ser engraçado, já que eu não gostava muito de ter esse sobrenome.

A culpa de eu não gostar é por causa do meu pai. Ele praticamente me renegou a vida inteira, não queria que um ômega tivesse nascido em sua família e por esse motivo, Namjoon era o filho preferido. E mesmo agora quando ele está numa cama de hospital prestes a bater as botas, não o vejo ter remorso. Jeon também ouviu sobre isso, porém não opinou a respeito.

Eu só irei assumir o cargo da empresa porque Namjoon não quer ficar com essa responsabilidade para sempre. Se meu pai não tivesse doente como está, com certeza tentaria impedir tudo. Mas ele sabe que eu farei isso, o que acaba sendo um dos motivos para eu esconder meu subgênero.

É contraditório, mas eu tenho mantido em segredo meu subgênero até agora levando em consideração o fato do estado crítico dele. Quando ele deixar esse mundo, farei as coisas da minha maneira e deixarei bem claro as coisas – ainda que isso não seja de fato uma obrigação.

Ser um ômega não é uma vergonha, mas por eu ter passado pelo que passei, preciso ser forte e agir diferente. Como um ômega que conhece parte do que muitos outros ômega sofrem, não posso fugir. Tenho que ir contra a corrente de negatividade e ser um exemplo de que os ômegas podem sim ser grandes e almejar patamares altos.

- Eu mostrarei isso. – acabei falando meu próprio pensamento. Jungkook se remexeu e aos poucos foi despertando – Falei alto demais desculpa. – soei baixo a última fala. Ele apenas sorriu e me abraçou.

- Está acordado faz tempo? – perguntou com a voz meio rouca por ter acabado de acordar. Ele tinha o rosto próximo a curvatura do meu pescoço e eu conseguia sentir a sua respiração chocando-se contra a minha pele.

- Acordei tem um tempinho. – respondi sentindo meu corpo se arrepiar devido ao simples beijo que Jeon deixou na mesma região em que seu rosto estava próximo.

- Poderia ter me acordado antes então, assim eu poderia aproveitar ainda mais o nosso tempo juntos nessa cama. – ele disse dessa vez me olhando nos olhos. Percebi que tinha feito e dito isso afim de me provocar, mas mesmo sabendo senti um leve rubor tomar as minhas bochechas.

- Ainda estamos juntos nela de qualquer forma. – falei tentando evitar o contato visual entre nós, mas voltei minha atenção para ele devido ao beijo repentino que ele me deu.

- É o beijo de bom dia. – dito isso sorriu. Ele conseguia ser muito fofo. É uma dualidade que Jeon tem que também me pegam desprevenido.

Retribui aquele ato já que não tinha lhe dado um bom dia. Apesar de nós dois estarmos ligados, ainda teríamos que nos acostumar com certas ações entre nós pela frente, por mais que tenhamos feito bastante coisa antes de chegarmos ao ponto em que estamos.

I want him - Taekook (ABO)Where stories live. Discover now