Lua,
apenas a luz que é tua
me faz enxergar a rua,
quando ando na escuridão
Sempre aqui quando anoitece,
me cobres se o meu corpo adormece,
e a minha alma, nãoE mesmo estando tão distante,
me manténs ainda no alcance
da tua luz na imensidão
Mas se somes quando amanhece,
o sol então não aparece
dentro do meu coraçãoLua,
há tantas estrelas no céu,
mas se as nuvens se tornam um véu,
só tu aplacas minha solidão
E mesmo de dia o mundo escurece
e minh'alma se entristece,
se te perco da visãoAté em silêncio dizes mil palavras,
e elas me encontram nas águas,
e me dão inspiração
Meu coração se abastece,
e tua voz calada então tece
murais em minha imaginaçãoMas, Lua,
talvez só eu desse modo te escute,
e as maravilhas, com que tua voz me ilude,
não sejam mais que alucinação
Pois essa mente, ansiosa, efervesce,
mas ao olhar tua luz, se esquece
da realidade com a obsessãoÉs o futuro distante que anseio,
os desejos pelos quais pelejo,
meu destino ou minha ilusão?
Só sei que ao olhar-te, tua luz transparece
a esperança que desaparece
se me atento à real situaçãoPor isso, Lua,
te olho faminto,
esperando que talvez o Destino
algum dia corrija meu tino
e desfaça minha frustração
Até lá, no horizonte, tua luz permanece
e minha mente em tua visão reflete
os sonhos que anseiam por realização
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De Um que Acredita
PoetryPalavras de (des?)esperança, dedicadas aos que não mais(?) acreditam. O conflito entre o que se vê e o que se acredita, entre o que se tem e o que se espera: quem somos depende do que fazemos com essa eterna tensão. Esse livro gira em torno da...