Toda Vez II

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Os prédios das ruas
mais altos que os gritos,
As calçadas nuas
encharcadas de lágrimas

   derramadas,
   mas desperdiçadas,
   iguais à saliva perdida dos mitos

As respostas cruas
nas pontas das línguas,
palavras de amor e de ajuda
trancadas no peito,

   ou faladas,
   mas não mais lembradas,
   ao contrário das mágoas e dores antigas



Teu olhar, teu sorriso
iluminam o escuro
No oceano, perdido,
me encontro em teu rumo

Tua voz, no vazio,
silencia o barulho,
e me fala ao ouvido,
me mostrando o futuro

   E no tom, antes abatido,
   das cores das flores, vejo tão grande brilho
   És farol, sentido e caminho
   para mim, tanto quanto és destino


Mas se és a luz que brilha,
que Deus me deixou achar,
quando te ataca a vida,
não aguento ver-te apagar

   Sem teu brilho, sinto só insipidez,
   e daria tudo que tenho por ti,

toda vez


(co-autoria: Wendell Costa)

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