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Naomi e Emma estavam há vários minutos encarando a professora, que as encarava de volta no silêncio profundo da mesa.
Jenna as encarava de volta com os olhos desafiantes, torcendo para que falassem algo que a pudesse dar abertura para dizer algo ainda pior. As duas americanas se encararam e voltaram a encarar a professora. S/n brincava com os dedos das mãos, quase sufocada pela tensão entre a professora e suas amigas. O refeitório inteiro tentava prestar atenção no que estava acontecendo naquela mesa, o que a deixava ainda mais ansiosa.
─ B-bem. — S/n começou, nervosa, e ganhou a atenção das três. ─ O dia está lindo, não?
─ Está chovendo. — Naomi falou séria.
─ Ah. — A Morena mais nova sorriu sem graça, se afundando na cadeira. Jenna não gostou de como a deixaram.
─ Então. — Jenna falou se recostando na cadeira. ─ Como a amizade tão... improvável de vocês surgiu?
Naomi e Emma se sentiram intimidadas imediatamente. De longe, vendo como as meninas ficaram pálidas, Jenna suspirou e balançou a cabeça.
─ S/n e eu nos conhecemos desde crianças, acabamos perdendo contato quando me mudei. Eu era a única que sabia que ela era lésbica e... Aí! — Emma exclamou quando levou uma cotovelada de Naomi e as bochechas de S/n ficaram rubras.
─ Ah é mesmo? — Jenna falou interessada, olhando para a loira ao seu lado. ─ E quando foi isso?.
─ Acho que eu devia ficar quieta. — Emma falou envergonhada.
─ É, eu acho que devia. — Naomi falou com um olhar mortal.
─ E-eu... — S/n começou, sem saber como explicar. ─ S-sei como as pessoas reagem a homossexuais na America, não vou prejudicar ninguém-
─ Qualquer pessoa que incomodar você com isso será um inimigo permanente meu. — Jenna falou imediatamente, pondo a mão no braço da garota. ─ Não tem nada que eu não faria para manter você segura nessa escola, S/n
S/n corou furiosamente, olhando timidamente para a mão da professora em seu braço. Emma arqueou as sobrancelhas, olhando de forma suspeita para a professora e sua amiga, enquanto Naomi engasgou com o bolo que comia.
─ Santo Deus! — A britânica falou depois de muito tossir, vendo que ninguém se preocupou em ajudá-la.
─ Eu nem tenho amigos além de Naomi e Emma — Ela falou timidamente. ─ E agora a senhora.
Jenna sorriu fraco, assentindo e retirando sua mão do braço de S/n virando-se para frente e começando a comer seu almoço. Naomi começou a discutir com as amigas sobre ninguém tê-la ajudado quando estava engasgando com seu bolinho, mas após Emma cochichar algo em seu ouvido, ela se emburrou e assentiu.
Já S/n estava no mundo da lua. Suas bochechas coravam cada vez que pensava no jeito carinhoso que Jenna olhava para ela. Tentava se repreender, afinal, ela era sua professora. Mas a loira faria 18 dali alguns meses, porém ainda sim era errado. Sua mente travava inúmeras batalhas, e o fato das mãos de Jenna serem tão grandes e com aqueles dedos não estava ajudando a Collins, que se remexeu no banco e começou a comer imediatamente.
[ ... ]
─ Parece que a adolescente é você. - Joy reclamou, vendo Jenna deitada no sofá com um sorriso idiota no rosto.
─ Ela também gosta de mulheres. — Falou suspirando.
─ E você não viu porque a catarata na sua idade é comum.
A Americana fingiu que não ouviu, preferia pensar no dia que teve ao lado da morena. Joy revirou os olhos.
─ O dia hoje foi excelente!
─ Eu estava observando. — Joy falou calma, tomando um gole de seu whisky encostada na mesa de madeira, deixando Jenna em pânico. A Ortega deu um sorriso irônico. ─ Você foi a gentileza em pessoa, com certeza as amigas dela vão abrir uma página no Twitter e postar montagens de vocês duas juntas.
─ Você não entende! — Jenna falou desesperada.
─ Ah não? — Falou sarcástica. ─ Você tem que parar de ser um monstro Jenna! E disso eu entendo!
Jenna suspirou, se encolhendo.
— Já me martirizo o suficiente por gostar de uma menina mais nova que eu. Tenho 23 anos Jenna, e sei que você vai dizer que ela tem quase 18 mas quase não é lá.
─ Eu só quero que você entenda que mesmo que ela tivesse 18 anos, jamais se interessaria por alguém que age como você.
─ Talvez eu devesse desistir. — A Ortega falou cabisbaixa, se jogando no sofá e olhando para um ponto fixo.
