11

705 72 1
                                    

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

VALLIE

Vejo a silhueta das costas de um homem pelo reflexo do espelho e recuo de volta ao banheiro, fechando a porta lentamente para criar uma barreira entre mim e o invasor.

Eu passo a chave na porta e ando para trás, com cuidado, até que minhas costas toquem  a parede de azulejo. Vejo a janela aberta do banheiro e corro até ela para fechar, depois volto a encarar a porta e decido tentar escutar algum movimento do outro lado. Me xingo mentalmente por esquecer o celular em cima da cama e não conseguir  pedir ajuda para Dean. Ele viajou para resolver algum problema relacionado à sua família e mamãe está tentando perder alguns quilos extras numa clínica especializada para pessoas com seu peso, meu padrasto me deu a opção de ir com ele ou ficar em um motel na cidade, mas eu disse que ficaria bem e chamaria uma das minhas amigas da escola para passar a noite. Ele protestou, ou talvez pudesse sentir o cheiro da minha mentira no ar, então  contratou dois seguranças para vigiar a casa, só que agora me pergunto se um desses homens entrou furtivamente no meu quarto.

Desde a morte de Kiara, há um mês, tenho me sentido mais neurótica, tendo crises de ansiedade que escondo de mamãe e Dean.

Às vezes, eu tenho a sensação de que tem alguém me vigiando, escuto a voz dela chamando meu nome, então acordo de madrugada com a respiração agitada, suando frio e em pânico, mas nunca tem ninguém.

Não é a primeira vez que isso acontece.

Quando estou ansiosa, sinto uma sensação de medo e preocupação constante, mesmo que não haja nada de errado. É como se meu cérebro estivesse sempre em alerta máximo, procurando por perigos imaginários. Além disso, eu costumo sentir palpitações no coração, tremores nas mãos e suor frio. Às vezes, sinto como se estivesse sufocando e tenho dificuldade para respirar.

Eu espero o máximo possível, porém, quando a contagem chega a 600 e nem um barulho acontece,resolvo arriscar e destranco a porta. Enfio a cabeça para fora e quando tenho certeza que não tem ninguém, eu deixo o banheiro e corro até minha cama. Assim que pego o celular, uma chamada de Dean aparece.

Eu atendo, mas a linha está muda.

— Dean? O que aconteceu?

Nenhuma resposta.

VICEWhere stories live. Discover now