Climas intensos

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Ramiro:

Recapitulando, hoje é aniversário de Kelvin, estava tendo uma festa de aniversário no Naitendei, e quem deveria fazer surpresas era eu, no final, ele me surpreende - Como sempre. Estávamos no quarto dele trocando carícias, o que era para ser algo calmo, ele leva para a safadeza. 

Depois de massagear meus ombros e falar certas coisas em meu ouvido, ele pede que eu deite na cama, como sempre obedeço ordens e deito na cama dele, Kelvin se deita ao meu lado e começa a fazer carinho no meu cabelo e em minha barba, de vez em quando ele dava um beijinho em meus lábios e eu me sentia como uma criancinha recebendo carinho.

- O que acha de a gente fazer algo a mais? - Kelvin me encara.

- Como assim algo a mais? - Minha especialidade era me fazer de desentendido e talvez agora não era o melhor momento para o que Kelvin queria já que estávamos no Naitandei e estavam nos esperando lá embaixo.

- Você sabe... - Ele diz com uma vozinha estranhamente sedutora e atraente.

- Sei? - Pergunto franzindo a testa.

- Ramiro, Ramiro... acho que é melhor a gente ir por enquanto, pessoal lá em baixo vai pensar maldade se passarmos muito tempo aqui em cima. - Ele finaliza com um selinho em meus lábios. 

- O que nem é mentira. - Dou uma gargalhada, - Eu te amo! - Falo sorridente.

- Ah...eu também te amo! - Kelvin fala sem jeito.

Descemos eu e Kelvin até o Naitandei e todos começaram a nos encarar com um sorrisinho no rosto, menos Henrique que me encarava com um olhar avermelhado como quem iria me matar. Continuaram a repartição do bolo, dos comes e dos bebes. Nando começou a tocar uma música e vi Henrique puxar o Kelvin para um cantinho mais reservado e segui eles com a tentativa de saber o que ele queria com o Kelvin, o mais difícil era me controlar para não pular em cima dele.


Kelvin:

Henrique me levava até atrás do bar puxando minha mão, ele parecia apreensivo, era perceptível pela força que ele me segurava, paramos na retaguarda do Naitandei, ele soltou minha mão e vi uma marca vermelha se formar. Ele ficou me olhando com um olhar pedinte durante alguns segundos, sua respiração estava ofegante e de vez em quando ele deixava a boca entreaberta como se fosse começar a falar algo, mas nada de palavras saírem dos lábios de Henrique. Até que ele finalmente começa a falar.

- Kelvin, sei que não tem o menor cabimento o que estou prestes a te dizer. - Henrique segura minhas mãos, - Desde que te conheci, te achei uma pessoa forte e batalhadora, é impossível não te admirar e eu aprendi a te amar. Só que criei um sentimento maior do que devia e me dói ver que você ama aquele Ramiro, ele te despreza porque ele nem se aceita, nem sabe amar e eu aqui pronto pronto pra te fazer a pessoa mais feliz do mundo, fico em segundo plano.

- Henrique... - Falo entristecido, - Eu entendo como você se sente, você tá sempre do meu lado e eu sempre correndo do lado que mais é difícil. Você não entende como o Rams funciona, eu também demorei a entender, ele é como uma montanha russa.

- E você gosta disso. - Henrique me interrompe, - Você parece que gosta de ser usado e que as pessoas brinquem com seus sentimentos. - Ele para de falar e começo a ver lágrimas se formarem em seus olhos.

- Já falei que você não entende o Ramiro, ele tem um forte preconceito que se mantém com ele desde quando ele nasceu. - Tentar convencer Henrique de que ele estava errado era impossível, não era a primeira conversa que tivemos sobre o Ramiro que abordava o mesmo assunto.

- Kelvin, eu não vou julgar suas decisões. - Ele bufa e baixa a cabeça fazendo um gesto de negação, - Mas saiba que eu amo você, gosto de manter meu bem estar e ficar ao seu lado me dói, aliás, meus dias em Nova Primavera já estavam encerrando. Quando cheguei, disse que eu ficaria apenas um tempo, amanhã volto para minha cidade. Te trouxe aqui para me despedir, não venho mais ao bar.

- Ah... - Me senti um pouco mal depois daquelas palavras, não parecia mas eu havia me apegado bastante ao Henrique, mesmo com todas aquelas discussões, crises de ciúmes ou infantilidade que haviam ocorrido. - Desculpa por discutimos no nosso último encontro, você é importante pra mim, só queria que aceitasse o Ramiro.

- Eu sei, entendo como se sente, Ramiro vai melhorar com um tempo, só espero que ele não te faça sofrer. - Ele levanta a cabeça e olha no fundo dos meus olhos, se aproximando devagar. - Tem uma coisa que sempre quis fazer, mas nunca pude e ainda não posso, mas vou me arrepender de ir sem provar algo.

Senti meus pelos arrepiarem, sabia quais seriam os próximos passos, eu deveria recusar só que na hora eu senti medo de magoar o Henrique. Era a última vez que eu o viria, eu não tinha sentimentos amorosos por ele e a única coisa que eu poderia fazer para agradá-lo uma última vez, era um beijo. Ele se aproximou um pouco mais, fazendo eu sentir melhor o cheiro amadeirado de seu perfume, ele aproximou o rosto dessa vez e seus lábios ficaram entreabertos para finalmente nossos lábios se tocarem. Não poderia dizer que ele beijava ruim, na verdade ele beijava muito bem, o beijo era calmo e doce. Eu me afastei e nossos lábios se separaram, não sabia qual reação eu fazia então fiquei neutro, mas por dentro eu estava péssimo. Ele me olhava apaixonado, mas entristecido.

- Desculpa por isso. - Henrique fala em tom calmo. - Agora eu tenho que ir. 

- Desculpa por tudo também... - Digo, - Agora vem, me dá um abraço. 

Se envolvemos em um abraço e depois disso Henrique saiu, sem olhar para trás - Se ele olhasse, com certeza choraria.




Notes:

Esse capítulo não tá como eu queria, mas acho que já estava na hora de postar mais um capítulo, já que o último foi em novembro. Prometo que vou melhorar...

Simplesmente, 'ocê - Kelmiroजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें