INJUSTIÇA

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Boa tarde, dengos, tudo certo? Esperamos que sim. Mais um capítulo no grau, boa leitura.


Após alguns minutos reservados para me acalmar, resolvi ligar para a Duda. Eu estava precisando conversar, distrair a mente de todas as possibilidades de esganar o Bernardo que me surgiam aleatoriamente.

Ela sugeriu de irmos a um botequinho no meio do caminho entre as nossas casas. Achei ótimo. Nesse dia eu iria a qualquer lugar que ela me sugerisse para ter alguém para conversar.

Peguei meu celular e haviam algumas mensagens da Valentina perguntando se eu estava online, como não respondi ela disse que deduziu que eu estava ocupada e que iria para o bar da pousada hoje.

Avisei a ela que tive uma reunião de última hora e que iria sair com a Duda e por fim pedi para que me avisasse quando fosse deitar que eu ligaria para ela para matar a saudade. Melhor deixar para contar o que aconteceu por ligação.

Duda e eu nos encontramos no bar e eu logo contei a ela com detalhes tudo que aconteceu. Ela ia ficando cada vez mais em choque com as informações, mas só falou mesmo quando eu terminei de contar.

-Meu Deus do céu, Luiza. Ele pirou de vez - ela concluiu.

-Pirada estou eu, ele está bem lúcido - falei revoltada.

-E agora?

-Agora eu não sei, tenho que esperar a decisão do Roberto depois da reunião com o Thales. Eu juro que se eu perder esse cargo, eu vou acabar com a vida do Bernardo, Duda.

-Mas você acha que tem mesmo possibilidade?

-Claro que tem. Querendo ou não, eu vivia para trabalhar e só e agora não. Não que eu não priorize mais a minha carreira, mas a Valentina é importante também. Ela ocupa um lugar na minha vida e eu não abro mão disso.

-Claro, nem deve. Imagina o absurdo de você não poder ter um relacionamento porque tem que se dedicar 100% ao trabalho. Mas tipo, a distância é o que fode, né?

-Sim e Moreré é muito longe, você bem sabe. Transporte, avião, barco, trator. Tipo, é praticamente um dia morto para chegar até lá. Não é como se fosse ir a Salvador. Sem falar na falta de comunicação. Mas ainda assim, eu vou dar conta.

-E você vai no carnaval mesmo assim? - ela perguntou preocupada.

-Claro que vou, se não eu vou atestar que eles estão certos.

-Mas assim, tirar uma semana de folga um mês antes da posse do cargo também seria atestar que eles estão certos.

-Se eu reivindicasse todas as férias que eu não tirei do hospital, poderia ficar um ano parada, você trabalha no RH e sabe disso.

-Sei, mas passaria um ano parada e sem o cargo de Chefe da Neuro - Duda suspirou, pensou um pouco e continuou - Lu, pensa comigo. Eu não estou dizendo para você abrir mão de nada, mas só esperar a poeira baixar. Você sabe que ele está com dor de cotovelo. Com o tempo passa e as coisas estabilizam.

-Aí eu não vejo a minha namorada porque o Bernardo está com dor de cotovelo? - perguntei indignada com a sugestão dela.

-Ela vir não é uma possibilidade?

-Alta temporada, sem chance.

-No inverno já fica mais fácil para vocês - concluiu.

-Pelo menos isso.

-Olha, amiga, alguma consequência essa situação toda tinha que ter. Você já ganhou muito, está firme com a gata, os seus pais estão do seu lado e o pai dele disse que vai pensar, não ficou contra você, o que já é uma grande coisa. Talvez seja mais inteligente da sua parte dar um passo atrás para não acabar perdendo mais do que uma semana com a sua namorada - ela falou calmamente e eu sou obrigada a admitir que faz sentido.

Mundo de IlusõesWhere stories live. Discover now