𝟬𝟭𝟬. | sorvete.

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Lana.

--- SABE MESMO ANDAR DE BICICLETA? - questionou mason, encarando minha posição, receosa, tentando me ajustar na bicicleta.

--- Claro que sim, é como perguntar se um piloto de avião sabe mesmo pilotar. - confirmei, tentando passar tranquilamente.

--- É que você tá aí a meia hora. - comentou, entre os dentes.

--- Você estar insagerando, não estou aqui a meia hora. - respondi, fazendo uma leve careta para o mesmo.

--- Sim, você estar. Mas eu espero. - retrucou, no tom sereno.

Decidi ir sem pensar.
Fazia um tempo que eu não andava de bicicleta, de fato, as tremidas fazia parte.

--- Você não gosta de esperar, né ruivinha! - ouvi mason dizer, me alcançando. --- Já é a segunda vez que me deixa para trás.

Ajeitei a postura, sentindo-me melhor, enquanto o vento fresco balançava os meus cabelos.

--- O lugar que disse, é longe? - perguntei.

Mason estava já um pouco a frente de mim.

--- Se eu disser perderá a graça. Por que não me segue? - sugeriu, com o sorriso minimamente maroto.

--- Diz logo. - mandei, mas ele não deu resposta.

Ao invés disso, pedalou como se estivesse em Velozes e Furiosos, me deixando para trás, como ato de vingança.

--- Mason! - exclamei, me apressando em chegar perto dele. Mas estava difícil.

Ele continuou, sem olhar para trás.

De repente estávamos em uma corrida insana. Estava tão focada que quase não percebi que estávamos em um lugar totalmente desconhecido ( para mim )

Ele finalmente parou a bicicleta, e deu as caras. Estava suado, com a boca um pouco aberta, demonstrando cansaço.

--- O que achou? - disse, respirando forte.

--- Achei que iria morrer de tanto pedalar. - respondi, com as palavras saindo com dificuldade, pelo cansaço

--- Você é rápida, nunca pedalei tanto na minha vida pra vencer alguém. - comentou, passando uma das mãos na testa, para limpar um pouco o suor.

--- Eu agradeceria. Mas parece que estamos de frente a uma sorveteira, o que tá esperando? - cessei, abandonando a bicicleta ali.

Diante de meus olhos aquela sorveteira pareceu uma espécie de salvação ou escape.

Logo avistei a silhueta do loiro ao meu lado, decidindo qual sabores escolher.

Eu decidi flocos e chocolate. Eram um dos meus favoritos.

Em seguida, me conforto em um dos assentos, os quais eram bancos coloridos macios, com tonalidade fortes, deixando o ambiente encantador. Minha eu criança estava fascinada com a decoração.

--- Licença, tem alguém aqui com você? - a voz grossa e arrastada tira minha concentração dos desenhos que havia na mesa.

--- Pois não? - usando de um tom doce, ergo a cabeça, para ver a pessoa.

Era um Senhor de barba já branca, que deveria ter seus 80 anos. Ele tinha uma feição simpática.

--- Posso me juntar a você? - perguntou, encolhendo os ombros.

--- É que eu estou esperando alguém. - respondi, não querendo chater.

Arrastei meu olhar até a mason que agora vinha em minha direção, para tomar seu lugar junto a mim.

--- Boa tarde. - interveio mason, quase que surgindo um ponto de interrogação na fala.

O velho pingarreiou a garganta. Mason o olhou com as sobrancelhas céticas e o olhar sério de quem não sabia o que fazer.

--- Como vai mocinho? - disse com a voz fraca, tossindo um pouco logo em seguida.

As expressões de mason me fizeram rir baixo, porque ele realmente estava perdido.

--- Vou bem. - respondeu, esperando o senhor se recompor e falar algo que justificasse sua presença ali. Mas invés disso, ele se sentou junto a nós.

Mason decidiu não tomar medidas sobre isso, até porque era um idoso. Apenas aceitou, assim como eu.

--- Não sabia que tínhamos saído pra um asilo. - susurou mason, só para que eu ouvisse.

--- Vai ver é solitário, vamos deixá-lo. - decidi, vendo o Senhor levar a colher de sorvete a boca com a mão trêmula.

--- Esse cara nem aqui deveria tá. - comentou mason, parecendo incomodado com a presença dele.

--- Ele não estar perturbando, por que estar agindo assim? - peranbulei o olhar sobre sua postura, a qual era, braços cruzados, e pernas inquietas.

--- Qual é Lana, vinhemos para nós divertir, não para servir de companhia para um velho que nem sabemos de onde veio. - explicou, entre os dentes. --- Além do mais, quando estivermos conversando ele ira interferir.

--- Achei que você era miss simpatia. - comentei, vendo uma linha se forma entre suas sobrancelhas.

--- Eu sou, porém... - mason parou de falar quando viu o idoso de barba branca tossir de forma indelicada, praticamente em cima de meu sorvete.

Soltei um "ah" tristonho, sentindo nojo, pela situação embaraçosa.

--- Posso dividir meu sorvete com você. - avisou o loiro. Fazendo uma leve careta.

Acho que o senhor nem tinha se dado conta de que aruinara meu sorvete.

--- Acha que se agirmos como adolescente irritantes, rindo alto, ele ainda ficará aqui? - perguntei. --- Idosos não gostam de baderna.

Mason elevou sua colher cheia de sorvete e passou em minha bochecha.

--- O que você tá fazendo? - interpelei, passando os dedos no local. --- Isso foi uma imitação daqueles programas de pegadinha? Porque tenho que dizer, se tiver sido foi péssimo.

Agarrei minha colher a enchendo de sorvete, decidida a atacar mason.

Ele segurou meus braços, em gargalhadas, se divertindo do cenário que tinha feito em minha bochecha.

--- Você irá pagar, mason thames. - cessei, relutante as mãos de mason segurando meus braços, impedindo que eu o atacasse.

--- Olha só sua colher, tá mais cheia, não vale. - averiguou, atento a colher.

Usei de mais força, assim o vencendo lancei a colher de sorvete perto de sua boca. Adimito, não era o plano, o plano era sujar sua roupa.

Ele passou a língua nos lábios, saboreando.

--- Isso foi um ataque? - zombou, usando um sorriso travesso.

Aderi mais uma colher, mas mason foi mais rápido, a tomou de mim.

E de repente, estávamos como crianças ou adolescentes irritantes, rindo alto, e sendo um incômodo para o idoso. Que se retirou quando uma colher de sorvete voou em sua direção.

--- Ele já foi, quer para? - indagou mason energético, com o cabelo pouco bagunçado. --- Já podemos agir como pessoas civilizados. - ele ajeitou uma gola imaginaria de sua camisa.

--- Ah claro, quando eu manchar sua camisa toda de sorvete de chocolate. - avisei em um tom ameaçador, e o olhar vingativo.

--- Sai fora! - retrucou, se retirando do assento onde estava.

Me levantei, deixando o dinheiro ( pagamento) em cima da mesa, logo indo atrás do loiro, que correu de mim.

Ele estava do outro lado da rua, fazendo caretas para me provocar.

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eu amei esse capítulo!

𝐅𝐔𝐍𝐍𝐘 𝐆𝐈𝐑𝐋 ; 𝗆𝖺𝗌𝗈𝗇 𝗍𝗁𝖺𝗆𝖾𝗌.Where stories live. Discover now