Capítulo 5 💘

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Domingo foi o aniversário de Clarisse, e como forma de comemoração, sua família fez um almoço em sua casa. Ela me disse para chamar Gustavo também, afinal toda minha família babava ele. Passamos na sua casa para busca-lo e ele estava tão lindo... Parecia um mauricinho americano. Ele entrou no carro sentando do meu lado e não me beijou, por respeito aos meus pais e a Miguel (graças a Deus).

— E aí, Gustavo, está ansioso pela viagem que vocês vão fazer? — Meu pai desde sempre bancando o sogro legal.

— Todos nós estamos, né? Vai ser muito bom passar esse tempo entre amigos e se divertindo.

Nesse momento Miguel olhou para Gustavo descaradamente como estivesse lendo todos os seus pensamentos e os julgando. Mas claro que só quem percebeu foi eu e Gustavo.

— Para onde você vai com a minha irmã? — Meu irmãozinho perguntou, dando uma de durão.

— Um amigo nosso nos chamou para ir à casa de praia dele. — Gustavo disse.

— Só vai ter vocês nessa casa?

— Não... — Falei. — O irmão do Rafael vai estar lá com a esposa.

— Eu não confiaria em adolescentes como vocês. — Eu e Gustavo fulminamos ele como o olhar, mas não funcionou porque logo em seguida ele perguntou: — Por que vocês estão me olhando assim?

Agora sim realmente parecia que eu iria para essa viagem só para poder ficar sozinha com meu namorado, como se eu fosse uma adolescente totalmente pervertida. Minha mãe e meu pai ficaram calados, mas todo mundo no carro ficou desconfortável. Com exceção de Miguel.

— Clarisse está fazendo quantos anos mesmo? — Gustavo falou para quebrar o gelo.

— 24. — Falei. — Mas tem cérebro de 13 anos.

— Não fale assim da sua prima, Clara.

— Mãe, não é como se eu estivesse chingando ela. É graças à sua mentalidade somos amigas. —
E eu era exatamente grata por isso. Ter Clarisse na vida era um presente.

...

A festa era do jeito de sempre: vovô e vovó sentados no sofá escutando Miguel e Daniel brigando, Tia Alice reclamando com os dois, papai e mamãe conversando com Tia Mariana e Tio Juca, eu e Clarisse (e Gustavo) na cozinha, comendo salgadinhos esquecidos pelo resto da família.

— E minha mãe, que decidiu comprar velas de 25 anos porque o número 4 estava faltando? — Clarisse falou apontando para o bolo dentro da geladeira enquanto pegávamos refrigerante.

— Tinha que ser Tia Alice mesmo... — Falei rindo. — Pelo menos ela não comprou a decoração toda rosa que nem no ano passado.

— Todo ano é um perrengue diferente. — Lisse falou.

— E no meu aniversário de 12 anos que ela me deu um peixe morto? — Rimos alto ao relembrar esse acontecimento.

— De acordo com ela, o peixe estava dormindo. — Mais risos.

— Que bom que vocês são uma família normal. —Gustavo disse rindo também.

— É melhor você ir se acostumando. Porque a probabilidade de um dia sermos normais é praticamente nula. — Clarisse falou dando um gole no refrigerante.

— Na primeira vez que eu conheci sua família achei que ia ser sufocado pela sua avó. Ela me abraçou tanto que fiquei com medo do seu avô ficar com ciúmes. — Gustavo disse.

— Só com você, viu? Porque quando eu trouxe meu ex para conhecer a família ela só faltou expulsar ele. — Clarisse retrucou,

— Mas foi porque ele era um saco, Lisse. Acredita que ele chamou vovô e vovó de coroas? Na frente deles! — Falei para Gustavo. Enquanto ríamos, minha mãe chegou na cozinha para pegar o bolo.

As Palavras Não DitasWhere stories live. Discover now