13. O Passado

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Notas iniciais:
a) Não, não é miragem;
b) Sim, eu estou em falta com vocês, mas nos encontramos lá em baixo;
c) Espero que vocês gostem do retorno!

NATASHA ROMANOFF

Ohio, 5 anos atrás

− Nat? Ouvi a voz de Hope ecoar pelo banheiro e então seus passos também foram notados por mim. – Nat, você está aí?

Continuei quieta, escondida na última cabine, enquanto a ouvia me chamar. Eu queria vê-la, queria muito vê-la, mas o medo estava falando mais alto nesse momento.

Hope tinha visto meus poemas, ela tinha visto todas as minhas declarações escritas, aquelas que nunca imaginei que ela tomaria conhecimento um dia.

− Eu sei que você está aí. -ela afirmou, sua voz muito mais perto de onde eu estava agora.

No fundo eu estava consciente que estava agindo como uma adolescente do ensino médio e não como a adulta que era, mas a verdade é que eu não estava preparada para lidar com o impacto de ter alguém descobrindo tanto sobre mim.

Não sobre os meus sentimentos por Hope Van Dyne.

Não que eu tivesse alguma escolha, na verdade. Era impossível não se apaixonar por ela. Seu sorriso era fácil e ela tinha sempre alguma piadinha pronta para ser dita no momento menos oportuno. Estar perto dela te deixava quase que radiante e era sempre agradável ouvir o que ela tinha para dizer.

Você não precisa fugir de mim. -afirmou, dando algumas batidas na porta da última cabine.

Sua voz era doce, um pouco diferente do tom brincalhão que ela costumava usar e isso atingiu algum ponto muito específico dentro de mim.

Abri a porta com um ímpeto desconhecido, de repente atraída por mais uma das facetas de sua personalidade. Tudo nela me atraía, não tinha como ser diferente.

Nossos olhos se encontraram no segundo em que a porta se abriu. Ela estava lá, sorrindo como sempre, embora eu tivesse certeza que carregava uma carranca no rosto. Por puro medo, insegurança e todo caos que habitava dentro de mim nesse momento.

Nunca fui uma pessoa tímida, mas algo nela e em todas as coisas que ela me despertava, puxavam de mim as mais estranhas reações.

− Finalmente te encontrei. -ela disse mais uma vez com doçura, mas havia algo mais ali. Uma pitada de desconhecido. – Cabe mais uma aí?

Ela não esperou resposta e logo estava habitando aquele espaço minúsculo da cabine junto comigo.

− Hope... eu sinto muito pelos poemas. -comecei a me desculpar, mas ela mal ligou para o que eu estava dizendo.

− Não sabia que você era uma escritora. -suas duas mãos se apoiaram sobre o meu esterno, me fazendo dar um pequeno passo para trás e encostas as costas contra a divisória lateral. – É incrível como as pessoas são sempre um mistério, não é mesmo?

A encarei e logo em seguida encarei suas mãos. Ela estava claramente flertando comigo e isso me fez rir. Nem em meus melhores sonhos me imaginei em uma situação como essa.

− Você não está chateada? -questionei ainda incrédula.

− Estou lisonjeada. -respondeu muito rapidamente. – Por que eu me chatearia? São palavras lindas, dedicadas a mim.

− Bom, somos amigas e....-deixei as palavras morrerem, não sabendo se queria entrar naquele assunto.

− E? -questionou mais uma vez. Ela queria me ouvir falar.

UntouchableWhere stories live. Discover now