14. Proteção

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WANDA MAXIMOFF

Eu estava tomada por um sentimento ruim. Essa era a verdade!

Já fazia algumas horas desde que eu tinha saído do apartamento de Yelena, depois de uma enxurrada de emoções e, ainda assim, continuava rolando pela cama, processando tudo que Natasha tinha revelado naquela noite.

É claro que, naquele momento, tudo que pensei foi em cuidar dela e deixar a noite o menos agradável possível, mas agora que eu estava sozinha, as coisas continuavam passando pela minha mente.

Tudo que eu conseguia era sentir ódio e desprezo pela tal Hope.

Era totalmente compreensível que Natasha tivesse se retraído de tal forma! Eu nunca havia me apaixonado verdadeiramente antes, mas agora que havia a encontrado, me pegava pensando em como seria se ela desistisse de mim... se desistisse de nós. Aquela garota não tinha só a acusado de um crime horrível e manchado a sua reputação para todos que a conheciam, ela também tinha traído todo o amor que tinha sido dedicado a ela.

Mais uma vez, era completamente compreensível.

Acordei alguns horas depois, o sol entrando pela janela que eu havia esquecido de fechar e me deixando saber que o pouco de sono que eu tinha tido não era o suficiente, mas não tinha muito o que fazer agora.

- Você está atrasada! -Laura constatou no segundo em que saí do elevador, me fazendo tomar um breve susto.

- Muito atrasada! -Darcy completou, brotando ao meu lado logo em seguida.

- Vocês estavam me esperando na porta do elevador? -questionei um pouco incrédula.

Elas deram de ombros, deixando claro que minha indagação era mais que óbvia e não se abalaram, voltando a falar logo em seguida.

- E então, como foi? -Darcy questionou, completamente ansiosa.

- Aparentemente ela está inteira! -Laura me fez dar uma voltinha. - Yelena não arrancou nenhum pedaço.

Tive que soltar um pequeno sorriso, apesar de intrometidas, elas eram engraçadas e isso me faria começar meu dia de uma forma menos pesada e pensativa.

- Me deem um bom motivo para continuarmos amigas -pedi com um riso.

Elas não se abalaram com a minha brincadeira e assim seguimos pelo corredor, eu precisava de um café para ativar meu cérebro e as duas fofoqueiras precisavam saber como tinha sido minha noite jantando na casa da nossa querida chefe.

Contei todos os detalhes possíveis, deixando de lado toda a situação sobre o passado de Natasha, é claro. Eu jamais trairia sua confiança dessa maneira.

As duas fizeram um milhão de perguntas e piadinhas das mais infinitas formas, fazendo ser impossível não voltar a rir em algumas vezes.

Após o café, me concentrei em um manuscrito que estava negligenciando há algum tempo, numa tentativa de me manter longe da sala de Natasha. Eu tinha que trabalhar e entregar o meu melhor aqui, mesmo que meu primeiro instinto fosse sempre me impelir a estar o mais próximo dela possível.

Duas batidas na porta algum tempo depois, me arrancaram da minha concentração e, embora meu coração tenha acelerado com a possibilidade de ver a minha ruivinha e seus óculos sexys tão cedo, foi Yelena quem entrou logo em seguida.

- Ora, ora, temos alguém que realmente trabalha nessa editora! -a loira me lançou um sorriso simpático. - Desde o início apostei que a sua contratação seria uma vitória.

- Então já pode me dar um aumento! -brinquei como quem não quer nada e ela revirou os olhos. - Se veio até aqui me cobrar algum prazo, já adianto que não vou conseguir antecipar nada. Minha concentração está um pouco dispersa.

UntouchableOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz