Capítulo 9

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Damon Humphrey

Esse plano mal começou e eu já estou me sentindo exausto. Estou mais exausto agora do que todas as manhãs quando eu acordava para ir para a escola. Estou colocando todas as minhas espectativas, todas as minhas fixas nesse plano e se algo der errado, o que pode acontecer cem por cento, acho que vou me odiar pelo resto da minha vida.

Eu quero sentir a sensação da raiva nos olhos da Mariana do meu próprio irmão ao me ver ao lado da Maria. Maria é um peão dentro deste jogo, mas isso não quer dizer que não podemos ser amigos.

- O que está acontecendo com você? - Escuto a voz de Guy, ela estava tão longe. Soou como um sussurro para mim.

Guy é o meu melhor amigo, desde o terceiro ano do ensino médio. Temos quase os mesmo pensamentos, e quase os mesmo ideais, mas não o mesmo sentimento. Até agora, eu não contei para ele sobre o meu plano de vingança. Vou passar horas com ele grudado no meu cangote escutando sermão, Guy não é a pessoa mais santa do mundo, mas de certo, ele não é do tipo de pessoa que deixa a sua dor te corroer até o ponto de você bolar uma vingança sem cabimento, segundo as palavras de Maria. Ele é mais do tipo que gosta de deixar de lado e seguir em frente sobre a cama de uma mulher, o que não é um plano nada ruim. Beatriz, uma amiga nossa que sempre teve um apreço por mim, faz falta nessa hora. Sua língua é literalmente a mais esperta de todas que eu já conheci.

- O que?

- Alá, viu? Você está no mundo da lua. Volta para a terra Humphrey.

- Eu estou na terra.

- Não parece. O que está pensando?

- Nada. Eu...o que você estava falando mesmo?

- Eu estava falando sobre os bailes beneficentes da semana que vem. Ou já se esqueceu?

Suspiro. Essa droga de baile. Será que não podemos assinar talões de cheques e enviar para as instituições de caridade? Eu prefiro assim, as instituições preferem assim, mas os ricos não. Parece que eles gostam de mostrar ao mundo o quão eles ajudam pessoas carentes. Fala sério, a maior parte faz doações porque são forçados. A insistência de mostrar que possuem um bom coração se torna irritante a cada ano. Pior, ainda tem a parte onde temos que ficar sentados assistindo os leilões e ser obrigado a ensaiar passos de danças junto com o seu parceiro(a) praticamente o ano inteiro. Mariana e eu éramos incríveis nos ensaios de dança, sempre começávamos vestidos e termina anos pelados em uma cama do motel mais próximo, em outras palavras era tão entediante quanto ficar sentado escutando hipócritas tentando ser os melhores e mais bondosos do mundo. Maria e Devon também participariam desse baile. Espera, agora tudo se encaixa perfeitamente. Eu sou um gênio! Precisamos o mais rápido possível nos aproximar, mostrar que estamos saindo com pessoas para que ambos os membros das nossas famílias fiquem curiosos e quando eles menos esperar vamos aparecer juntos. Não posso afirmar que será nesse baile, mas posso afirmar que tanto eu quanto ela não vamos ficar parados como dois de paus pelos quantos do salão tentando nos esconder como dois criminosos enquanto os verdadeiros farão questão de mostrar a todos que estão juntos. Eu não vou passar por essa humilhação. Maria não vai passar por essa humilhação, eu não vou deixar.

- O que tem o baile? - Pergunto curioso.

- Demonstrou curiosidade agora? Tudo bem. Bom, minha mãe quer leiloar um final de semana no chalé da nossa família em Aspen.

- E qual é o problema?

- Todos. Eu estava planejando passar uns dias de férias lá com uma amiga. - Disse ele malicioso.

- Amiga? Certo. Ainda bem que eu te conheço.

- Ainda bem.

- Se eu conheço os seus pais, eles não vão mudar de ideia. Procure outro lugar para passar as suas férias com a sua...amiga.

Deliciosa Vingança  Where stories live. Discover now