Capítulo 12

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Às vezes passamos o dia inteiro em um mar de felicidade sem desconfiar que no final, depois daquele lindo pôr do sol que nos faz admirar a natureza horas e horas, possa vir uma avalanche destruindo tudo o que estiver a sua frente, e no meu caso é ela. Ela está descendo as escadas com aquela cara sínica de pessoa traiçoeira tentando ser um anjo, tudo por causa da nossa mãe. Mariana é uma cobra peçonhenta.

— Nossa, que sorriso bobo era aquele no seu rosto? — Questionou ela com um tom de sarcasmo. — É o seu amigo novo?

— Se ou não é, isso não é da sua conta.

Subo as escadas passando por ela, apesar a fuzilando por alguns segundos. Um olhar mortal, cheio de raiva e fúria. Como ela consegue ser tão sínica desse jeito? Sinto uma mão segurar firmemente o meu braço esquerdo me puxando para trás.

— Escuta aqui, eu estou tentando ser legal com você. — Disse ela, apertando ainda mais o meu braço, quase perfurando a minha pele com a sua unha grande.

Puxo o meu braço com tudo. Umas das coisas que eu não sou, é ser uma pessoa falsa, não quanto a ela. Não nasci com esse dom defeituoso. Ela pode tentar fingir uma amizade entre nós duas outra vez só para tentar agradar a mamãe, mas eu nunca vou dar o braço a torcer para ela, pode ser na frente de qualquer pessoa.

— Escuta aqui você. Eu não preciso que você seja legal comigo, entendeu? Aliás, se você puder não dirigir a palavra a mim já está de bom tamanho. Uma coisa que eu não é falsa, eu deixo esse cargo para você, além dos outros cargos também, traidora, manipuladora. Tem tantos cargos ruins como esse.

Mariana bufou irritada, como se ela estivesse se segurando para não me estrangular ali mesmo. Já não basta ter me traído, agora quer me matar também? Que espécie de mostro ela é? Aliás, nós duas somos monstros por desejar tal sentimento cruel uma para a outra, contudo no meu caso eu tenho um grande motivo.

A porta a sala se abre. Olho para trás e vejo Devon entrando pela mesma, arrumado, como se fosse sair para algum evento importante ou para um jantar romântico. Espera, agora que eu reparei, Mariana também está arrumada, com um vestido curto na cor verde escuro e um dos seus colares de Rubi.

— Pelo visto não se bate mais na porta. — Digo, enquanto encaro Mariana a desafiando com o olhar.

— Ele é o meu namorado, ele pode entrar e sair dessa casa quantas vezes ele quiser, sem ao menos bater.

— Foi assim que ele fez na porta do seu quarto? — Encaro Devon, que se aproximou da escada escutando as farpas que saiam entre eu e Mariana. — Não, melhor! A do seu quarto ninguém precisa bater ela sempre estará aberta para qualquer um, assim como as suas pernas.

— Pelo menos ele tem onde entrar, não é igual as suas que ele sempre encontrava fechada.

Minha mão está coçando para dar um tapa nessa cara de cadela mal comida.

— Mariana, vamos. Por favor?

— Vai Mariana, o seu cachorro está te chamando. Ah! Respondendo a sua pergunta, eu estava sim sorrindo, sorrindo de felicidade. Hoje eu passeio uma tarde agradável com o meu...amigo.

Por alguns segundos eu encarei Devon, para poder ver se as minhas palavras haviam remexido o seu ego, e pela sua expressão de quem comeu e não gosto, eu acertei em cheio. A convivência ao lado de Damon, está me fazendo bem. Pela primeira vez eu me senti feliz ao mer a expressão de raiva no rosto de uma pessoa. Uma não, duas. Mariana também não estava com uma cara agradável, agora eu não sei se foi pelas nossas farpas ou pela minha resposta. De qualquer forma, foda-se.

Subo as escadas e vou para o meu quarto.

Maria: " 1X0 para o nosso time".

Damon:" 1X0?".

Deliciosa Vingança  Where stories live. Discover now