Capítulo 7 • No trabalho

18 4 5
                                    

– Sentimentos? – A Liz repetiu.

– Aham – Confirmei.

– A última vez que falei de sentimentos pro meu filho, ele disse: Para!! – Disse em voz de deboche – Essa conversa vai me envelhecer 10 anos. – Laura, minha colega de trabalho disse depois de ter me escutado.

– Parece que eles vivem no mundo do “Não vamos falar sobre isso, é vergonhoso”. – Um outro colega acrescentou enquanto ajeitava uma montanha em forma de papelada.

– E se for sobre sexo, eles só faltam enlouquecerem. – Laura acrescentou.

– Minha tia disse que o filho dela vomitou no prato de jantar depois dela ter falado de onde saem os bebês. – A Liz entrou na conversa.

– O pior é quando você precisa ensiná-los a importância da camisinha. – O figurante da papelada pronunciou antes de sair da sala com a montanha em um carrinho de mão.

– É você que tem gêmeas não é? – A Laura sentou na bancada onde eu estava tomando café. – Lidar com um já é difícil, imagina com dois. Então, a melhor estratégia é ir devagar. Primeiramente, evite abordar quando eles estiverem mal dispostos, segundamente, introduza o assunto de forma indireta, com alguma experiência pessoal e …

– Por acaso isso deu certo com você? – Liz interrompeu com os braços cruzados.

Laura deu de ombros – Meu filho é um cheio de si, se acha o machão até eu lascar o cacete naquele moleque. – E caminhou para seu cubículo.

Liz encheu sua xícara com café e se aproximou de mim com uma voz baixa – Depois de conhecê-la, acho que essas abordagens não vão funcionar. Ela não é uma garota comum. Quando fui a sua casa, pode parecer estranho, mas sentia que, apesar de seu semblante inerte evidente toda hora, quando a maquiava, seus olhos exalavam uma animosidade contagiante, era quase uma explosão de sentimentos. Juro que quase a vi sorrir.

Ela tomou um gole do seu café amargo e fez uma careta digna de um concurso mundial de feiúra.

Eu ri.

Ela continuou – Aliás, você já tentou outros métodos para se comunicar com ela, tipo por mensagens?

Minha cara pálida me entregou.

– Se você não fosse adorável, você seria uma porta de tão burro.

– E você seria a pessoa mais linda se não fizesse essa careta horrenda. – Ela sorriu, parece que tirei o gosto amargo do café para ela.

– Se ela quiser aprender a se maquiar, arrumar-se, enfim, truques femininos é só me chamar que…

– Que nada, isso é só uma desculpinha para ir na minha casa que eu sei.

Suas bochechas enrubesceram – Claro que não idiota – Tomou o restante do café, mas agora com açúcar.

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀。☆ 。♡ 。
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀✮。\  |  /。 ✬

Apenas AmorWhere stories live. Discover now