Capítulo 9 • Ema

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Muito bem, vai ser fácil. Lidar com uma adolescente traumatizada é tão fácil quanto ensinar um gato a nadar sincronizado. Só preciso seguir as dicas da Liz, e, espere, eu também gostei da dica da Laura: “Aproximar-se devagar” é como lidar com um animal selvagem, só me faltava não encarar nos olhos por muito tempo.

Tudo bem, aqui estou na porta de casa. Quando abri, eu encontrei – Ema! – Vaguei o olhar pelos cantos da casa e o demônio não estava aqui. Amém.

– Oiê Papis – Ela levantou animada. – Bem vindo de volta do…

Fixei um olhar crítico aos seus, exalando fervorosamente uma feição de seriedade, aguardando uma resposta à pergunta na qual não fizera. No entanto, ela sabia a que me referi e sabia o que eu esperava como resposta.

A máscara alegre em seu rosto quebrou e um rosto modelado em sobriedade se martelou aos poucos. Em seguida, ela disse quase inaudivelmente – Eu não contei tá?! – Isso foi o suficiente para extravasar a raiva crescente em meu peito.

Imediatamente, percebi Eva plantada no sofá, levando pipocas à boca, como se fosse parte de uma plateia de algum ato teatral dramático.

– Como tá a pipoca? – Ela respondeu com uma puxada de lábio, desaprovando. – Foi ela quem fez – Apontei para Ema, e ela concordou.

– Ah, ela é muito reclamona, não tem como tá ruim se foi feito no microondas no tempo certo. – Ema, jogou-se no sofá. – Eu estava mostrando sua apresentação de astro do rock nos anos 2000 e bolinhas. Tinha até cabelão, olha!!

– Ah, é o poder da juventude.

– Mas cá entre nós, nem o cabelo forte e sedoso ajuda alguns a serem a oitava maravilha do mundo.

– Você está querendo dizer que a pessoa que você herdou metade dos genes é feia?

– Não, só tô dizendo que para alguns a juventude beneficia, para outros é uma condenação, e para você foi um fardo. – Ela soltou uma risada estranha, desconfortavelmente alta, não, não, parecia mais como um cacarejo. – Eu li isso em um cartão motivador.

– Você por acaso precisa de veterinário? Por que tá parecendo uma galinha entalada com um milho. – Fui para cozinha.

– Ah pai, tô de brinks. Não fica assim. Deveria esperar mais de alguém que tá brava com o outro alguém que não respondiam às cartas do primeiro alguém.

Eu abri a porta da geladeira e só havia comidas congeladas, nada instantâneo. Que saco.

– Eu sou o velho e quem ainda escreve cartas é você? – Fechei a porta da geladeira e estiquei a coluna. Eu estava exausto porque hoje foi o dia da montanha de papelada.

– Por favor né, cê sabe que todas minhas redes sociais é a mãe que controla  – Ela resmunga – Consigo nem arranjar um namorado.

– Vocês preferem sushi ou hambúrguer?

– Acho que sushi.

Pedi, caminhei até o sofá e sentei ao lado da Eva – A dona de casa não te deixa namorar? – Descansei os pés doloridos na mesa.

– Ela alega que tira o foco do trabalho, essas teorias conspiratórias de mães vilãs. Logo, eu, querendo saborear os benefícios da juventude, mas não posso – Ela remenda a voz da mãe – porque tenho que ser a rainha do nhe nhe nhe.

Soltei uma risada, era tão bom ver outras pessoas desdenhando dela além de mim. – Uh, perdi o fôlego. Mas e o Jason?

– Ah então você lia minhas cartas! – Ela me pegou no flagra. – Ela brigou com ele e proibiu de me ver. No fim, ele achou minha mãe maluca demais para chamar de sogra.

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⏰ Dernière mise à jour : Dec 22, 2023 ⏰

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