Wicked | JENLISA

7 | Ela Não Gosta.

Oi oi oi oi!
🧍🏼‍♀️🩷

Acordo me sentindo um pouco perdida, sufocada. Estou soterrada nos cobertores, toda amassada e sem me lembrar do momento que peguei no sono, devo ter dormido no meio do filme, não me lembro de nada.

Lalisa não está na cama quando levanto, mas há um moletom pendurado na porta, então não hesito em colocá-lo antes de descer para a cozinha. Está frio, mas não tá frio quanto ontem... ou talvez seja coisa da minha cabeça pensar que não. Consigo escutar de longe o barulho de conversas alheias na cozinha, e assim que entro encontro Nayeon, Lalisa e Bambam sentados tomando café da manhã. Rosé é sempre a última a acordar, é impressionante como ela gosta de dormir, se pudesse dormiria o dia todo, não duvido.

— Bom dia — Bambam diz animadamente ao me ver. Faço careta, sem saber de onde vem toda essa animação as seis da manhã.

— Bom... — resmungo, a voz um pouco rouca por ter acabado de acordar. Sento-me ao lado da Lisa, atualmente, por mais estranho que pareça, a pessoa da mesa com quem eu mais tenho intimidade. É pensar nisso.

— Quer café? — ele me oferece uma xícara, mas antes que eu tenha tempo de responder que simplesmente detesto café, Lalisa o encara e responde por mim.

— Ela não gosta, imbecil — ela coloca um copo de suco na minha frente, sorrio em agradecimento e dou um gole no suco de laranja, sentindo um alívio na garganta. Suco de laranja está entre um dos meus sucos favoritos no mundo, tomaria todos os dias sem enjoar, claro que o suco original, porque sucos cheios de açúcar e química eu detesto.

— Qual a boa pra hoje? — Nayeon pergunta, sorrindo de um jeito fofo. Ela é muito bonitinha, não é atoa que Rosé tem uma queda gigantesca por ela. — já é insuportável ter que ir para a faculdade, hoje não cancelaram as aulas, infelizmente. Podemos sair e curtir um pouco depois, o que acham?

— Só vou se a Jennie for — Bambam comenta com um sorriso. Nayeon faz careta pra ele — estou brincando, chatice. Pra onde vamos?

— Qualquer lugar sem ser o QG.

QG é o famoso bar de esquina que todos vão depois da faculdade, aquele bar recebe tantos universitários que já deve ter até título oficial.

— E que lugar você conhece sem ser o QG? — Bambam pergunta, tamborilando os dedos na mesa.

Olho para Lalisa, percebendo que ela está olhando para mim e torno a me concentrar no suco. Não sei se eu a agarrei no meio da noite, espero que não.

— Não vai comer? — ela sussurra.

Pego uma torrada e dou uma mordida mínima, sem vontade nenhuma de comer depois de tantos shots de tequila. Minha cabeça está doendo bastante hoje, mas eu já imaginava que isso aconteceria, afinal de contas enchi a cara ontem. Lalisa deve estar com uma dor de cabeça insuportável, a cara dela não está muito boa, ela com certeza está sofrendo calada, como sempre faz. Eu queria muito que ela admitisse as dores que sente, assim seria um pouco menos tenso para ela e não teria que aguentar tudo sozinha. Ela nunca admite, sempre guarda para si, e eu sinceramente não consigo entender o por que. Ok, talvez eu saiba sim. Os pais dela começaram a ignora-la de uns tempos para cá, é como se ela não existisse e tudo girasse em volta da Rosé. Amo minha melhor amiga, ela é espetacular, mas Lalisa não deixa de ser um ser humano só porque cometeu alguns erros no passado. E eu nem sei se pode se dizer que foram erros, porque ela estava apenas tentando curar suas dores.