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Pov Yasmin
A última noite foi um tanto quanto difícil. Tinha acontecido a festa do líder, e eu e S/N acabamos tendo um pequeno desentendimento durante a festa. Já fazia algumas semanas que eu percebia uma aproximação entre S/N e Giovanna, e eu já tinha deixado claro diversas vezes que aquilo era desconfortável para mim. A conversa com S/N não foi muito bem uma briga; tudo aconteceu porque estávamos conversando em um canto, e Giovanna a puxou para longe de mim, chamando-a de amor. Eu disse para S/N que aquilo tinha me deixado desconfortável, avisei que iria dormir e pedi para que ela fosse comigo, mas ela preferiu continuar na festa. Acabei dormindo sem ela, e quando acordei, ela não estava ao meu lado.
Me levanto da cama e faço toda a minha rotina. Depois de fazer o raio-x e me trocar, vou até a cozinha, onde Anny, Davi, Wanessa e Matteus estão sentados na mesa.
— Bom dia, gente — cumprimento-os com um abraço rápido e pego um copo de água. — Alguém viu a S/N?
— Bom dia, Yas. Eu não a vejo tem um tempinho, mas na última vez que eu a vi, ela estava perto da piscina com a Giovanna — Anny é a primeira a me responder e se levanta da mesa indo até a pia.
— É, ela veio aqui e conversou um pouco com a gente, mas a Giovanna acordou e chamou ela lá para fora — Davi concorda com a cabeça.
— Ah, sim. Obrigada, gente. Eu vou atrás dela — dou um sorriso gentil tentando esconder meus ciúmes e saio da cozinha.
Quando chego na área externa da casa, percebo S/N deitada em uma das espreguiçadeiras enquanto Giovanna está apoiada na barriga dela. Elas estão junto de Vanessa, Isabelle e Alane, mas as duas conversam apenas entre si e davam risada de algo que parece muito engraçado, o que só faz meu ciúmes aumentar. Eu caminho até elas e percebo o sorriso de Giovanna sumir quando ela me vê chegar.
— Bom dia, amor — S/N abre um sorriso quando me vê.
— Bom dia — digo de forma seca e me sento ao lado de Vanessa.
Percebo o sorriso de S/N diminuir. Ela sabe que tem algo errado e com certeza não esperava que eu a tratasse assim. Admito que fiquei com dó, mas estava com tanto ciúmes que nem pensei direito. Continuei conversando com as meninas como se ela mal estivesse ali, mas discretamente reparava na forma que Giovanna mordia os lábios quando a observava e a forma como tocava no cabelo dela, fazendo um leve carinho. Na maioria das vezes, S/N se esquivava e tentava mudar de assunto para que a situação não piorasse.
Alguns minutos se passaram, e as meninas decidiram entrar na piscina, deixando só eu e S/N sentadas nas espreguiçadeiras. Ela se levanta de onde estava sentada e se senta ao meu lado.
— Amor, eu fiz alguma coisa? — ela sussurra em tom preocupado e tenta acariciar minha bochecha.
— Não sei. Você acha que fez alguma coisa? — me esquivo do toque dela e cruzo os braços.
— Beleza, se você quer continuar assim, então é escolha sua. Você tá sendo esquisita comigo desde ontem — S/N se afasta de mim e se levanta, arrumando seu microfone enquanto anda até a parte de dentro da casa.
— Porque você tá falando como se a culpa fosse minha? Você preferiu passar a noite com uma garota que vive dando em cima de você do que com a sua namorada — dou uma risada irônica e me levanto, seguindo-a.
— Eu não fiquei a noite inteira com a Giovanna. Depois que você foi dormir, passei o resto da noite conversando com o Davi e com a Isabelle. Tá todo mundo de prova — S/N anda até o banheiro e se encosta na pia, cruzando os braços enquanto me encara.
— Independente, beleza... Você supostamente se afastou dela, mas hoje você continuou dando corda. Você acha normal o jeito que ela te olha? — paro em frente a ela e sussurro para que ninguém que passasse por ali percebesse que estávamos em uma "briga"
— Dando corda? Fala sério — ela dá uma risada irônica e nega com a cabeça. — Minha vida, qual culpa eu tenho se ela puxou assunto comigo? Eu não posso simplesmente sair e deixar a menina falando sozinha. Isso é paranoia sua —
— Eu não pedi pra você sair e deixar ela falando sozinha. A única coisa que eu esperava que você fizesse era se afastar e dizer pra ela que era desconfortável pra sua namorada ouvir outra pessoa te chamando de amor — digo tentando manter a calma, mas já consigo sentir alguns nós se formando na minha garganta. — Mas não, você deixa a menina fazer o que quiser e ainda deixa ela deitar quase em cima de você. Fala sério... Olha o jeito que vocês estavam lá fora. Não foi paranoia minha.
— Tudo bem, eu não quero brigar com você por causa disso. Eu falo com a Giovanna e peço pra ela parar de fazer isso — ela me puxa para um abraço quando percebe que eu tenho algumas lágrimas nos olhos. — Me desculpa.
— Mas eu não quero que você fale com ela só porque eu mandei. Eu quero que você realmente perceba que foi uma situação chata. Não adianta fazer uma coisa forçada e não perceber o sentido real da coisa — sussurro enquanto enxugo minhas lágrimas.
— Eu percebi que foi uma situação desconfortável pra você. Me desculpa mesmo. Eu odeio ver você chorar, muito mais quando a culpa é minha — ela segura meu rosto gentilmente e dá um beijo na minha bochecha. — Eu fui errada, e te prometo que esse tipo de coisa não vai acontecer de novo.
Concordo com a cabeça e termino de enxugar minhas lágrimas, juntando nossos lábios em um pequeno beijo e deitando minha cabeça no ombro dela.
— Tudo bem... Desculpa por ter te tratado mal. Eu te amo muito — sussurro e dou um suspiro sentindo o perfume dela.
— Eu também te amo muito. Vamos lá... Deixa eu te recompensar por ontem, vou passar o dia todo grudada em você — ela dá uma risadinha e me aperta em um abraço.
