Capítulo 5

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Liam

A Francesca não deixa de me surpreender. Pensei que ela saísse porta fora, sem querer ouvir as condições do meu avô. Isto será um desafio para ambos! Nenhum está à vontade em fazer isto. Temo não conseguir ter tempo para tudo. Isto é o que mais me assusta. O meu avô pode meter um prazo que dificulte toda a minha gestão de tempo, que digamos de passagem, que é bastante apertado. Se o dia tivesse mais duas horas, eu teria ocupado essas horas também.

O meu avô estava muito pensativo, o que me assusta.

— O que eu quero é que vocês trabalhem juntos e produzam um manuscrito. — Afirma ele.

O velho matreiro não estava a dizer tudo, eu conheço tão bem.

— Em quanto tempo? — Questionei numa voz assertiva.

— Três meses.

— Três meses?! — Repetimos em uníssono estupefactos.

O prazo era muito apertado. Nunca conseguiríamos ter um manuscrito pronto nesse prazo, se não nos dedicássemos a ele a tempo inteiro. Teríamos de viver só para aquilo! E, eu não tenho vida para tal.

— O prazo é extremamente curto, avô. — Alerto-o. — Para que isso acontecesse, eu teria de me dedicar a isso em tempo integral e, não sei se conseguiríamos entregar um manuscrito nesse tempo.

— É verdade! — Reforça a Francesca. — Sr. Matias, eu demoro dois meses até escrever o primeiro rascunho da minha obra. E, o dobro para o limar. Para o fazer nesse tempo, dedico-me apenas a isso.

— E, eu não tenho esse tempo. — Concluí.

— Já acabaram de colocar todos os vossos entraves? — Questionou o meu avô divertido.

Troquei olhares com Francesca, que encolheu os ombros.

— E, o avô tem mais alguma condição?

— Claro que tenho, meu neto! — Responde. — Vocês os dois vão passar esses três meses juntos. Vocês irão passar estes meses a trabalhar afincadamente neste manuscrito!

— Maldita ideia! — Deixo escapar. — Avô, eu tenho livros para lançar! Não tenho tempo para escrever o que me pede.

— Irei distribuir o teu trabalho pelos teus colegas. — Garante-me. — Eu quero-te focado nisto. E, o novo manuscrito da Francesca irá passar para o Manuel.

Não acredito que o meu avô está a fazer isto! Ele não pode entregá-lo ao Manuel. Ele irá destruí-lo. Não posso permitir que o meu avô estrague isso.

— Não! — Refutei firmemente. — O manuscrito da Francesca irá ser editado por mim. Eu sou o editor dela desde o início! Não irá passar por mais ninguém.

Observei o meu avô a abrir um sorriso.

— O manuscrito da Francesca ficará a teu cargo, então. — Olha para mim a sorrir. — Terão de trabalhar nisso, também, durante estes meses.

Isso era o que o meu avô queria. Ele queria tirar-me do sério. E, ele sabia como o fazer, bastava afastar-me dos projetos da Francesca. Eu adorava a dinâmica que ambos contruímos, ao longo destes anos.

Não é segredo nenhum que o meu avô a adora, mas daí a tentar juntar-me a ela vai uma grande distância!

— Porquê? — Francesca continua perplexa com tudo o que está a acontecer.

O ContratoWhere stories live. Discover now