Capítulo 32

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Às onze e meia, minha amiga Maryana passa para me pegar e juntas vamos ver seu sobrinho.  Como meu pai disse, o menino é uma gracinha. À uma já estamos de volta e vamos para a piscina. A água está fresquinha e deliciosa.  Maryana me conta suas coisas e tenta me perguntar sobre Vetuche. Mas, assim que percebe  que não quero tocar no assunto, deixa pra lá e falamos de outras coisas. Às duas e meia, minha amiga volta para casa e eu fico deitada na beira da piscina. Meu telefone apita. Uma
mensagem. É Vetuche me chamando para almoçar. Recuso o convite e deito na espreguiçadeira para ouvir música.
Meu celular apita de novo. Que saco! Pego o aparelho e fico sem ar quando leio: “Quer ir beber comigo?” É Gustavo!
Meu coração dispara.
Gustavo está em Madri e eu a muitos quilômetros de distância. Pego a Coca-Cola e bebo. Minha garganta ficou seca de repente, e o celular apita outra vez.
“Você sabe que não sou paciente. Responde.”
Com as mãos tremendo, começo a digitar, mas não acerto as teclas! Finalmente consigo escrever: “Estou de férias.”
Envio a mensagem e minha barriga se contrai até que ouço o celular apitar e leio sua resposta: “Eu sei. Muito bonita a porta vermelha do chalé do seu pai.”
Quando leio isso, dou um gritinho, largo o celular, pego uma canga e corro desesperada até a porta. Na minha corrida, derrubo cadeiras do quintal, bato com o quadril, mas não me importo.
Gustavo está aqui!
Rápida, abro a porta, mas minha cegueira é tamanha que não vejo nenhum carro que possa ser o dele, até que uma buzinadinha me faz olhar pra direita e eu vejo um homem numa moto maravilhosa. Ele desce, tira o capacete e seus olhos e sua boca sorriem para mim.
Sem me importar com mais nada nem ninguém, corro até ele e me atiro em seus braços.
Meu impulso é tão forte que nós dois quase caímos no chão, mas nada, absolutamente nada, me importa. Eu apenas o abraço e estremeço quando volto a ouvir sua voz em meu ouvido:
— Pequena... senti sua falta.
Estou nervosa. Histérica!
Gustavo, meu Gustavo!, está nos meus braços. Em Sete Quedas. Na porta da casa do meu pai. Veio me buscar. Me encontrou e essa é a única coisa em que quero pensar. Quando me separo um pouco dele, sinto seu olhar percorrer meu corpo e então me dou conta da minha aparência.
— Gustavo, você podia ter avisado. Olha o meu estado.
Ele não responde. Apenas me olha e em seguida me segura pela nuca e me puxa pra ele, pronto para me dar um beijo apaixonado que faz toda Sete Quedas estremecer.
— Você está linda, querida.
Ai, meu Deus! Vou ter um troço. E ainda por cima me chama de “querida”!
— Como está o braço? — pergunta de repente.
Eu mostro a marca do ferro.
— Ótimo.
Gustavo faz um gesto com a cabeça e eu o convido a entrar na casa. Vai me seguindo e ofereço uma cerveja. Ele recusa e pede água. Eu o faço esperar na piscina enquanto me visto. Gustavo resiste, mas explico que essa é a casa do meu pai, que pode aparecer a qualquer momento. Ele entende e obedece. Em cinco minutos eu me visto. Um jeans, um top e pronto.
Quando apareço, Gustavo olha para mim.
— Você recebeu duas mensagens do Vetuche.
Respiro fundo e, antes de conseguir responder, Gustavo me puxa para si e me beija com voracidade. Seus beijos me fazem entender que ele sentiu tanta falta de mim quanto eu dele, e isso me deixa feliz. Apesar de que ele ainda me deve muitas explicações. Em meio aos beijos, entramos na cozinha. Gustavo me sobe na mesa para continuar me beijando e ao mesmo tempo me aperta contra ele.
Calor... estou sentindo um calor infernal e mais ainda quando ele abaixa a cabeça e morde meus seios por cima do top. Somos dominados por um desejo ardente. E no fim sou eu que, me esquecendo de onde estou, do meu pai e da imagem de Nossa Senhora na cozinha, abro sua calça, enfio a mão na cueca e o toco. Quero mais.
Gustavo, excitado por minhas carícias, desabotoa meu jeans e o arranca. Em seguida tira minha calcinha e sinto o frio da mesa em minhas bunda. Continuo sentada ali e percebo como ele coloca depressa um preservativo. Reparo na minha tatuagem, mas ele não. Está cego de desejo.
Gosto disso!
Me puxa para si. Com a respiração entrecortada e me encarando com desejo, encosta o pênis na entrada da minha vagina, enfia alguns centímetros e depois me agarra pela bunda e com um movimento certeiro se mete completamente dentro de mim, enquanto vejo que ele morde o lábio.
Sim... Sim... Sim... Eu precisava sentir Gustavo.
Calado, me suspende pelos braços para me deixar mais próxima de sua altura e me apoia contra a geladeira. Eu o beijo... ele me beija com desespero, e suas penetrações fortes e profundas dentro de mim me fazem gritar de puro prazer. Uma... duas... três... Meu corpo o recebe com gosto... quatro... cinco... seis... Quero mais! De novo, minha carne arde, minha vagina lateja tomada por ele e eu solto gemidos e gozo entre seus braços. Estou feliz. Muito feliz e não quero pensar em mais nada enquanto deixo que ele me come como gosta. Como nós gostamos. Selvagem, possessivo e viril.
Após várias estocadas fortes que me dão a sensação de que ele vai me rasgar por dentro, Gustavo se joga para trás e solta um grunhido. Deixa sua cabeça cair sobre meu ombro e, por alguns minutos, nós dois permanecemos apoiados na geladeira.
— O que você está fazendo aqui, Gustavo?
— Estava morrendo de vontade de ver você de novo.
Seu comentário me faz fechar os olhos. Adoro ouvir isso, mas não entendo por que ele não veio me ver antes. Por fim me beija e seguimos para o banheiro para nos limpar um pouco antes de sair da casa do meu pai entre beijos e risadas. Ele me sugere que a gente vá almoçar em algum lugar e, ao chegarmos à sua espetacular moto, pergunto:
— É sua?
Não responde. Dá de ombros e me entrega o outro capacete.
— Você tem medo?
Coloco o capacete que ele me dá.
— Medo não, respeito.
Gustavo sorri. Sobe na moto e partimos.
— Segure em mim com força. Se você tiver medo em algum momento, me avise, ok?
Concordo num gesto.
Eu o oriento pelas ruas de Sete Quedas e almoçamos num restaurante de Pachuca, uma amiga do meu pai. Ao me ver entrar tão bem-acompanhada, ela pisca para mim e nos conduz até a melhor mesa da casa. Logo me enche de beijos e reclama por eu aparecer tão pouco, enquanto observo que Gustavo digita alguma coisa no celular. Quando acaba com os beijos e queixas, ela nos entrega o menu.
— Menina, pede o salmorejo, que hoje fiz um que ficou um espetáculo.
— O que é isso? — pergunta ele, achando graça.
— É tipo uma sopa fria de tomate, um gaspacho, mas mais concentradinha. Se você gosta de verdura, tenho certeza de que vai adorar o salmorejo da Pachuca — explica ela.
Respondemos em uníssono: salmorejo para dois!
— E como prato principal, o que você sugere?
Pachuca sorri e diz:
— Tenho atum aceboladinho que tá uma delícia, ou costelinhas. Cês preferem o quê?
— Atum — responde Gustavo.
— Eu também.
Pachuca se afasta, e Gustavo olha para mim e estende mãos por cima da mesa para pegar as minhas. Não dizemos nada. Apenas nos olhamos até que ele rompe o silêncio:
— Sou um babaca.
— É mesmo. Com certeza.
Seu comentário me confirma que ele recebeu meus e-mails.
— Quero que saiba que seu último e-mail me deixou louco de raiva.
Solto suas mãos.
— Você mereceu.
— Eu sei...
— Fiz o que você me pediu. E, como seu detetive não podia me espionar dentro do quarto, resolvi fazer isso eu mesma.
Observo suas mãos. Os nós estão tensos e ficam brancos.
— Reconheço que errei, mas não gostei do que vi.
Isso me surpreende. Me recosto na cadeira.
— Não gostou de me ver transando com outro?
Gustavo me encara. Seu olhar está sombrio.
— Não, porque eu não estava participando.
Não quero confessar que para mim ele estava, sim, na imaginação.
— Você me desculpa?
— Não sei. Tenho que pensar, Iceman.
— Iceman?!
Sorrio, mas não comento que foi Luan quem colocou esse apelido nele.
— Tua frieza às vezes te transforma num homem de gelo. Iceman!
Faz um gesto concordando. Fica me olhando e exige que eu lhe dê a mão de novo.
— Peço desculpas por não ter te procurado esse tempo todo. Mas acredite em mim: eu estava muito ocupado.
— Por que não podia me ligar?
Ele pensa... pensa... pensa e, por fim, parece encontrar uma resposta:
— Prometo que da próxima vez eu ligo.
Tento fazer cara de emburrada. Não me respondeu, mas não consigo ficar brava com ele.
Estou tão... tão feliz por ele ter vindo até aqui e por estar ao meu lado que só consigo sorrir como uma boba e aproveitar a felicidade. Meu celular toca. É Vetuche. Gustavo vê o nome que
aparece no visor.
— Pode atender, se quiser.
— Não... agora não. — Desligo o celular.
A comida, como a Pachuca bem disse, está uma verdadeira delícia. O salmorejo é maravilhoso. E o atum, mais ainda. Quando saímos do restaurante, consulto o relógio. São 16h15. Então me lembro de que marquei de encontrar meu pai às cinco.
— Você tem vontade de conhecer o circuito de Sete Quedas?
Gustavo me aproxima dele e sussurra perto da minha boca:
— Pequena, vontade mesmo eu tenho é de outra coisa. Vamos, aluguei um chalé que...
— Alugou um chalé?
— Sim. Quero estar perto de você.
Sua proximidade, sua voz e sua sugestão me fazem suspirar. Fico querendo correr para esse chalé, mas não. Não vou fazer isso, por mais que a ideia me seduza. Não.
— Combinei com meu pai às cinco no circuito. O que acha de conhecê-lo?
— Conhecer seu pai?
— É. Meu pai. Mas pode ficar tranquilo, ele não tem nada contra alemães!
Meu comentário o faz sorrir. E, após me dar um tapinha, me entrega o capacete.
— Vamos conhecer seu pai.

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Continua.....☆

Nosso iceman está de volta.....

Peça-me o que quiser, miotela ✔️Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz